Sem Pecado...
Não o olhei com pecados.
Mas o teu cheiro arde em minhas entranhas como se tivesse sempre estado em meu peito.
Bebo tua companhia em doses embriagantes. Nas palavras loucas, nos sentidos loucos vindos do coração.
Manhãs, e a gente se visita. Saudades se gastam. Silenciosa, ruidosamente, de bobeira mesmo. Rindo, sorvendo um do outro, alegrias, angústias, confidências, extraímos o melhor de cada um.
A invisibilidade excita. Vai além. O céu vem a terra
Sem hora para acabar, sem prazo de validade, portas se abrem, a intimidade de pele exposta languidamente... sei lá eu quê isso... entre beijos profundos, toques profanos, confundida me revelo.
Prazeroso imaginar: somos tudo, somos um, transcendentes, somos o que a gente quiser...
Mas não é tão simples assim...
Intimidade de corpo não abre a intimidade de pele, de alma.
Mas o estar ali, dentro, escancara portas, todas, onde apenas a sensibilidade de quem ouve é capaz de sentir uma mulher...
Acaricia-me a imaginação esse cuidado. O fazer-me sentir sobrenatural.
Por alguns instantes ser a mulher frágil e delicada. Necessito ser mesmo. Fechar os olhos sem me importar com fim, só deixar-me arrebatar por teus carinhos, o limite tua boca ávida de todas as minhas chuvas, idem eu das tuas...
Pro tempo, quem liga?...!
Pode ser tênue a teia que nos adorna e individualiza, o fazer amor divino, descomunal...
Enquanto durar que o prazer seja o início e o fim o de se viver feliz.
Marisa Costa
|