Nosso governador se vendeu como um gestor, mas ele é apenas um produto. Envolvido numa embalagem, ele é igual sabão em pó ou extrato de tomate.
Em 2016, foi eleito prefeito de São Paulo, mas não cumpriu o mandato. No primeiro dia, ele se disfarçou de gari. Sim. Doria convocou a imprensa, que madrugou para reportar aquele acontecimento. Acelerando, na campanha para o Governo de São Paulo, 2018, vislumbrando uma iminente derrota, oportunamente grudou no popular Jair Bolsonaro e até adotou o ridículo codinome Bolsodoria. Revelando seu caráter, eleito, descolou de Bolsonaro e começou a detratá-lo.
Aí veio o vírus chinês. Mentira e marketing foram o método. Sempre pensando e ajustando cenário, vestimenta e tom de voz, ele empacotava sua coletiva fúnebre. Inventando um número ou consultando uma numeróloga, Doria arriscou ter salvado 25.000 vidas, depois 65.000! Escolha um número, tanto faz, ele também escolheu, baseado em nada.
Vazando, acidentalmente, que o médico infectologista David Uip -à época, líder do comitê de emergência, criado para combater a pandemia em SP- usou cloroquina para combater o coronavírus que havia contraído. A figurinha carimbada, do programa Flash do Amaury Jr., correu dizendo ser o “pai da criança”; depois voltou atrás, já que a narrativa não colou.
A esposa do governador, em conversa com a socialite (seja lá o que significa isso) Val Marchiori, estragou toda a intervenção estética cuidadosamente construída pelo cosplay de Riquinho Rico. A primeira-dama, -também é gestora do Fundo Social de São Paulo, que presta assistência a (vejam só!) pessoas em situação de vulnerabilidade social- explicando porque é contra dar marmitas aos sem-teto, colocou água no chope do marido. No pior estilo Mulheres Ricas, com direito a risadinhas, sem máscaras (se é que você me entende), eis sua ideia do que significa morar na rua: atraente, confortável, não exige responsabilidade, ou seja, segundo Bia, os sem-teto preferem morar nas ruas.
Depois de ver esse bate-papo high society, Guilherme Boulos irá fundar o MTSR - Movimento dos Trabalhadores Sem Rua.
Bia Doria é coerente. Cúmplice de João Doria, ela diz a moradores de rua: fiquem em casa.
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