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Terapia de Família na Cozinha
Receita Para Uma Arroz Gostoso
DEDÉIA DA SILVA

Resumo:
Prefácio, introdução, capítulo 1 e 2 do livro Terapia de Família na Cozinha



TERAPIA DE FAMÍLIA NA COZINHA

DEDÉIA DA SILVA






A todas vocês
que Já merendaram
macarrão com salsicha                         no recreio da escola,dedico.
Meninas, nós conseguimos!





AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ser Misericordioso.
Agradeço porque Sua Misericórdia tornou-me resiliente.
Agradeço porque eu sobrevivi pra contar.





PREFÁCIO

"Amarás ao teu próximo como a ti mesmo".     (Mateus 22:39).

Foi mais ou menos assim, da maneira que se segue que meu irmão, que é nutricionista, me falou. "Banana amassada, já parou pra pensar a quanto tempo não se ouve dizer: comi uma banana amassada?". Concordo que se trata de um prato saudável e nutritivo que pode ser enriquecido com aveia, mel, caldas, farinhas, passas, granola, etc, ou o que sua imaginação pedir.
A maneira como tratamos a nós mesmos pode revelar como trataremos as outras pessoas. Alimentarmo-nos bem é uma forma de demonstrar que amamos a nós mesmos e por isso podemos amar ao nosso próximo. Acordar de manhã, lavar o rosto, escovar os dentes, pentear o cabelo, trocar de roupa e tomar o café-da-manhã são atividades necessárias para a manutenção da saúde e fazem parte de uma rotina diária, o que permitirá que estejamos prontos para as escolhas que precisamos fazer diariamente. Da onde eu tiro essas ideias? Aprendi lá em casa. E agora, que tal uma bananinha amassada?
Precisaremos de um prato, um garfo e, é claro, uma banana fresquinha, madura, de preferência da bananeira do quintal. Esperava mais? É o suficiente. Descascamos a banana e a colocamos no prato; com o garfo podemos amassá-la. "Abra bem a boca". "Olha o aviãozinho. Hummm!" Que ótimo desjejum!
Neste livro eu tenho a coragem de apresentar receitas muito fáceis mesmo de se preparar, enquanto trago as histórias de algumas experiências vividas por mim e outros membros da minha família. Trata-se de relatos que podem chegar a causar espanto se considerarmos o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas eram outros tempos e o conhecimento dos erros do passado podem nos favorecer proporcionando um presente feliz e futuro esperançoso, se tivermos é claro aprendido bem a moral da história. Dessa forma, sugiro a você que aceitou o desafio de ler Terapia de Família na Cozinha que aperte o cinto e aproveite essa viagem instigante pelo passado sombrio de minha prezada e amada família.








INTRODUÇÃO

"Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda." (Salmos 23:5).

Cozinhar é uma arte, onde podemos combinar aromas, texturas, sabores e coloridos, oferecendo prazer sublime tanto ao corpo quanto à alma. Minha Vó Benina costumava dizer que quando não estamos nos sentindo bem, devemos deixar de cozinhar porque a nossa energia é passada para a comida e comida com energia ruim faz mal. Eu, particularmente, preciso sentir-me inspirada para cozinhar, ou então sai tudo errado: o gosto, a textura, o cheiro - o resultado é horrorível, lembrando aquele personagem do garoto chato interpretado por Jô Soares.
Na cozinha precisa haver ordem, e Vó Benina era muito organizada. Já à minha Vó Galdina costumava dar a cada uma das cinco filhas a incumbência de assumir a cozinha uma vez na semana. Talvez possamos considerar para explicar essa estratégia, o dito popular: "Panela que muita gente mexe, ensossa". A organização inclui o que podemos chamar de boas práticas, em outra palavras, a cozinha, o fogão, a geladeira, os armários, a pia, a bancada, aparelhos precisam estar limpos. Já as panelas, recipientes e demais utensílios muitas vezes precisam ser esterilizados. Quanto aos alimentos precisam ser frescos, e estar dentro do prazo da data de validade. Tudo isso vai contribuir para que o alimento seja saudável e faça bem ao organismo.
Eu, em casa, aprendi que se deve usar pouco óleo e equilibrar bem a proporção dos temperos utilizados, para que a comida permaneça saudável. E na igreja um certo irmão acreditava que no dia a dia a comida precisava ser simples. De vez em quando um banquete, pode fazer bem, mas não todo dia. Dá pra se exagerar em ocasiões especiais, mas no dia a dia é bom sermos moderados com a alimentação e evitarmos as extravagâncias.
Mas Vó Benina ainda tinha uma dica de economia para dar: "Nunca cozinhe tudo de uma vez, sempre deixe alguma coisa pra ser cozida no dia seguinte; se você só tiver uma cenoura, na geladeira, corte-a pela metade e cozinhe só uma das metades para nunca faltar comida em casa".






CARDÁPIO DE INTENÇÕES

Cozinhar é uma atividade que evoca memórias familiares. Geralmente quando somos crianças tem alguém em casa para preparar as refeições e enquanto brincamos podemos sentir o cheiro do feijão cozinhando na panela de pressão, ou do alho fritando pra temperar o feijão. Coisa muito boa aquele cheiro de arroz com feijão da mamãe, ou no meu caso, do irmão mais velho. Então enquanto cozinhamos podemos lembrar de situações relacionadas a atividade de alimentação ou do preparo dos alimentos.
Se na vida em meio às escolhas e possibilidades estamos treinados a nos perguntarmos “o que Jesus faria se estivesse em meu lugar”? Em frente a um fogão na dúvida pode nos vir à mente: “como era mesmo que a mamãe fazia? Então possa ser que enquanto cozinhamos tenhamos como resolver conflitos internos se estivermos dispostos e abertos a isso.
A mamadeira que meu pai fazia, por exemplo, não sei porque era muito melhor que a da minha mãe. Já a galinha atropelada de mamãe, como meu pai chamava, era inigualável, nenhuma das minhas tias podia superar. E o que não dizer do segredo do macarrão do meu irmão mais velho… Sentimentos são evocados diante de uma prato cheio de comida: bons ou ruins, como poderemos confirmar no decorrer das receitas, mais adiante.
Acredito firmemente que o processamento de alimentos pode servir de ferramentas em um processo terapêutico. Da mesma forma que transformamos os alimentos em algo mais saboroso, mais palatável, mais nutritivo, com maior durabilidade e vida útil, podemos transformar nossos pensamentos e emoções e melhorar nossa qualidade de vida.
A partir dessas primeiras considerações, acredito sinceramente que cozinhar é acima de tudo uma forma de fazer terapia, utilizando-se o processamento e a transformação dos alimentos como ferramentas para o projeto terapêutico.
O intento desse livro de receitas é apresentar a cozinha para aqueles que acreditam não possuir nenhum talento para a culinária e auxiliar aqueles que desejam se sair bem na cozinha e talvez dar os primeiros passos para torna-se um cozinheiro ou cozinheira de mão cheia. Imaginem aqueles programas de televisão onde podemos ver cozinheiros competindo, se este for o seu sonho e se você não sabe nem fritar um ovo, este é o livro certo pra você. E enquanto processamos alimentos, nos tornamos pessoas melhores. Gente, todo mundo come, não dá pra se decidir, de uma hora pra outra, "vou ficar dois meses sem comer pra economizar dinheiro", do contrário temos uma pessoa adoentada. Embora existam aqueles que chegam a fazer greve de fome por um objetivo nobre, as consequências de privar-se de alimentação são desastrosas. Há aqueles que alegam: "mente sã em corpo são", mas o corpo são precisa estar muito bem alimentado pra ser considerado saudável.
Sendo assim apresentaremos aqui pratos simples, fáceis de fazer, mas gostosos a ponto de lambermos os beiços, como nos obrigava a fazê-lo a Avó do meu irmão, Dona Cotinha, senhora democrática: "você tem que comer tudo e lamber os beiços pra mostrar que gostou da comida, mas se não quiser pode escolher a correia, porque você tem direito de fazer suas escolhas". Teremos assim receitas passadas de geração a geração, utilizadas no dia a dia da família, aprendidas na cozinha familiar através do convívio familiar em casa. E lembrando Vó Galdina, "boa romaria faz quem em sua casa está em paz".




















CAPÍTULO 1

Arroz De Nordestino

"Melhor é a comida de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio". (Provébios 15:17).
Conta a minha mãe que o meu Avô Ezequiel fazia arroz assim, embora eu tenha aprendido com uma senhora de Campina Grande para quem eu trabalhei certa vez. Não sei afirmar se é esse o nome certo do arroz mas como meu avô era de João Pessoa temos pelo menos dois nordestinos que faziam o arroz do mesmo jeito. No livro de Mateus, capítulo 18, aprendemos a importância de pelo menos duas pessoas concordarem. Podemos também chamar esse prato de Arroz Escorrido. Fica bem branquinho e combina muito bem com aquele feijãozinho gostoso que nós brasileiros conhecemos e comemos bem. Também combina com os mais diversos e saborosos molhos. Não tem jeito de empapar, ou salgar esse arroz. Ideal pra quem não tem o menor jeito na cozinha ou tem pouco tempo disponível, assim como os audazes estudantes do Brasil.
Para esse prato pode ser utilizado arroz comum, arroz parbolizado ou arroz integral.
Atualmente existe uma discussão quanto a se lavar o arroz antes de cozê-lo ou não, a decisão vai depender da qualidade do arroz e de sua confiança na marca escolhida. Acredito que essa discussão se deva ao fato de termos de economizar água e de não desperdiçar grãos de arroz como pode acontecer ao lavá-los. Minha mãe ainda acrescenta que pode-se perder nutrientes nessa ação, segundo ela foi um médico que falou.


Receita
Decida a quantidade de arroz a ser cozida;
Leve ao fogo uma panela com água suficiente para cobrir o arroz e cozinhá-lo sem secar;
Não, não é sopa de arroz;
Coloque sal e temperos a gosto;
Sim, você pode dourar o alho e a cebola com óleo, e depois colocar a água - o arroz é seu então invente;
Quando o arroz estiver cozido, entorne o conteúdo da panela em uma escorredeira;
Sim, é claro pode ser a escorredeira de macarrão, tem que ser uma panela cheia de furinhos no fundo, como se fosse um chuveiro;
Pronto deixe escorrer, e está pronto o seu arroz escorrido.


Enriquecendo o arroz escorrido:
Coloque cenoura picada, assim como chuchu, batata, etc., para cozinhar antes de por o arroz cru;
Ervilha ou milho também podem ser adicionados ao cozimento;
Verduras picadas também podem a seu gosto ser adicionadas.

Na culinária precisamos evitar o desperdício, sendo assim a água que escorre do arroz pode ser reaproveitada no processamento de outros pratos. Com a água do arroz pode se fazer sopas, papas e mamadeira, acredite.

Levando o arroz ao forno
Deposite o arroz já escorrido na assadeira igual da mamãe;
Por cima derrame o molho de sua preferência;
Enfeite com rodelas de ovos cozidos e azeitonas se desejar;
Coloque azeite para um sabor especial, porque minha mãe diz que azeite faz bem;
Finalize distribuindo uma camada de queijo parmesão por cima do arroz a gosto;
Leve ao forno até que fique dourado por cima.










CAPÍTULO 2

Um Exercício de Autocontrole

Alimentação Imaginária

"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" (Mateus 6:31).

Parece brincadeira, e é, mas surte efeitos indeléveis para a manutenção da alegria na alma. Era assim que meu irmão fazia: "Quem dormir primeiro ganha um sorvete de caranguejo ou de mariola, pode escolher". Nesse mesmo espírito, o outro irmão que é nutricionista, sugeriu que preparássemos tudo para um churrasco, que puséssemos à mesa de tudo que costumeiramente gostamos como acompanhamento de churrasco. Conseguem imaginar a mesa posta, pois é então agora imaginem a carne assada na churrasqueira. Nesse churrasco deve se ter de tudo menos a carne pois essa será imaginária, mas nem por isso menos apetitosa.







Este texto é administrado por: Liliam da Paixão
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Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Terapia de Família na Cozinha DEDÉIA DA SILVA


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