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SER POETA
Flora Fernweh

Ser poeta não é escolha, é o dom inato de viver à deriva. Existe um abismo onde as paixões humanas se escondem, dar luz a elas é trazê-las à superfície do mundo ordeiro e marginal. Quem nasceu para ser poeta, jamais carregará o fardo inocente de nada ser, o poeta é o verdadeiro caos na Terra, suas palavras ressoam quando aqueles que nunca tiveram nada, despertam do sono da ganância e dão se conta de que também nunca foram nada. No poeta residem todas as grandes guerras, os dias bons e ruins, os mistérios da vida, os piores desastres e os mais sinceros prazeres. A origem do mundo e o apocalipse dos dias pertencem unicamente à criatura chamada poeta. Será ele sensível por ter o poder em mãos de dar vida à palavras reflexivas ou será ele insensível por não bater em sua porta antes de invadir seus sentimentos? Estranha essa gente que escreve, cuidado com tudo o que gritam em meio aos papeis, duvide de tudo e de todos, seja mais forte que as palavras perturbadas que te assombram, elas podem não passar de um vômito frênico, muita cautela com quem está te avisando sobre isso, a abstração é uma das minhas mais concretas virtudes. Não titubeie se sua escolha for vasculhar as sombras ao invés de afugentar a luz pálida que te ilude, a demanda por sonhadores te garantirá um emprego fixo na empresa das paixões. Ser poeta é cutucar a ferida que quer sarar, é viver a morte que quer se enlutar, é vagar pelo mundo em uma busca vã de rostos familiares, é não saber o que é ser poeta e desconhecer-se nas horas mais banais, é trazer um pássaro morto em um dos olhos, ofuscado pela ave viva que o outro olho carrega como uma pluma, é olhar para a vida como quem encara a face mais triste do amor e a face mais bela das noites. Poeta é aquele que guarda um grande segredo por trás do portão de sua alma e que transborda quando mira o horizonte que escreveu com seu coração que sempre espirrou selvageria.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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