Há um provérbio chinês que aconselha o seguinte: "Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-lhe a pescar". Esta maneira de pensar, ilustra um dos maiores obstáculos sócio-alimentares enfrentados pelas sociedades em todo o mundo: o
difícil acesso aos serviços e necessidades básicas do ser humano, como a alimentação, supridos pelas desigualdades econômicas e pela falta de políticas públicas entre os países, além da inexistência de meios eficientes que reduzam os percalços da subnutrição a longo prazo.
     Conforme pesquisas realizadas pelo IBGE, menos de 10% da população brasileira atinge as recomendações de consumo de frutas, verduras e legumes. Por outro lado, a prevalência do excesso de consumo de gordura saturada é de 82%. Diante dos dados expostos, infere-se que os desafios alimentares configuram um problema estrutural relacionado à educação alimentar, ao acesso financeiro aos alimentos de qualidade e à reduzida informação à respeito dos benefícios para a saúde que uma dieta equilibrada proporciona. Nota-se ainda uma preponderância dos casos de obesidade em detrimento da subnutrição, o que ressalta que ambos os extremos configuram-se como barreiras na saúde pública.
     No Congresso Brasileiro de Nutrição realizado em 2018, uma série de políticas públicas foram apresentadas, como a taxação de bebidas adoçadas, a regulação de ambientes escolares e a rotulagem nutricional frontal de alimentos processados e ultraprocessados. Evidencia-se deste modo, a importância de órgãos reguladores na emissão de tentativas de articulação de ações em prol da saúde alimentar e na garantia do direito do consumidor.
     É fundamental que as práticas alimentares e a adoção de um estilo de vida saudáveis, sejam incentivadas desde a infância, e que projetos de reeducação alimentar sejam pauta no dia a dia da população. A reversão de casos clínicos graves de saúde por doenças fomentadas pelo desequilíbrio alimentar, através de meios de conscientização e reabilitação é essencial. Da mesma forma, o combate a um dos problemas que sempre assolou a humanidade, a fome, por meio do Governo Federal com o apoio do CONSEA e de ONG's direcionadas ao apoio à camada social mais necessitada, torna-se muito importante na busca pela solução do problema planetário.

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