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ME CHAME TERROR 6
DE PAULO FOG E IONE AZ
ricardo fogzy

Resumo:
LIVRE 11 ANOS


              O cemitério é cheio de pessoas, muitos conhecidos, parentes, curiosos, o enterro de Isabel e Jaime para a cidade.
    - Mais quem diabos queria tanto maus a estes dois?
    - Bem, segundo o que fora adiantado ela sofrera uma combustão humana.
    - Combustão?
    - Sim, não acontece tantaz vezes, mais sim, existe.
    Leandra conforta Fátima que não cessa o choro, já fora medicada com calmantes, mais nada.
    Jocyane vai até elas, Antônio brinca com o filho de Fátima junto dos seus.
    - Oi.
    - Oi dona Jocyane, muito obrigado pelo que a senhora fez e.......
    - Calma, mesmo sendo pouco tempo que eu a conheci, sabe, Isabel foi se tornando para mim meio e que uma amiga, entende?
    - Acho que sim.
    - Ela falou alguma coisa estranha com vocês?
    - Estranha, como?
    - Sei lá, algo que ela tenha visto.
    - Bem, eu acho..........
    Leandra entra no assunto.
    - Ela falou sim, falou de uma menina.
    - Menina?
    - Sim, disse que essa menina entrou na casa dela.
    - Como assim?
    Fátima ao ouvir tem uma lembrança triste, mais choros.
    Jocyane entende que o momento não é o mais propicio para continuar com a conversa, pede licença e se afasta delas, retorna ao marido que deixara o filho de Fátima sob os cuidados dos seus filhos.
    - E ai?
    - Não estava errada.
    - Como assim?
    - Ela viu algo.
    - Quem te disse, quando, como?
    - Calma Antônio, por hora é melhor deixarmos, mais eu sei, sinto, Isabel ficara frente a garota.
    - Será, mais não haveria ligação nisto.
    - O que sei, essa menina nos quer longe ou mortos.
    - Tem certeza?
    - Olhe ali, aquele caixão abaixo daquela terra nada mais é que duas vitimas daquele monstro.
    - Temos de pensar em algo.
    - Agora me decidi, vamos ficar.
    - Quer isso mesmo?
    - Sim eu quero.
    Antônio olha para amulher que se vira em direção a sepultura e depois de volta a ele.
    - Vamos acabar com aquilo, seja o que for.
                                       28122019........



          Dois dias depois, ali no terminal rodoviário, Antônio e Jocyane se despedem dos filhos.
     - Mãe, tem certeza que quer ficar?
     - Claro, não largo seu pai nunca, além de quê agora sou eu que vou provocar essa peste.
     - Tome cuidado mãe, por favor.
     - Vou tomar, podem ir tranquilos.
     Os rapazes entram no ônibus após receberem calorosos abraços dos pais, assim que o veiculo some de vista, Jocyane entra no carro com o marido.
     - Pode me deixar na igreja?
     - Sim.
     - Então vamos.
     - Tudo bem com você?
     - Tudo.
     O casal segue em silêncio.
     Na igreja, Jocyane faz suas preces sempre atenta ao vir do paróco até que:
     - Padre.
     - Minha filha. Ela conta ao padre em pormenores o que lhe ocorrera e suas suspeitas quanto á morte trágica de Isabel e de seu marido.
     - Acho que esta fantasiando um pouco, pode ser devido ao fato de que a senhora queira tanto ir embora daqui, minha filha.
     - Não padre, me escute, posso lhe garantir, aquilo seja o que for, uma coisa é certa, não é de Deus.
     - Por favor, senhora. Jocyane continua a contar ao padre, até que ele é vencido ou pelo cansaço ou num quase acreditar, fazendo assim o que ela lhe pedira.
     Antônio esta ao término de seu plantão, aos poucos os funcionários dali vão indo, ficando somente ele em sua sala, porta principal trancada.
     - Olá doutor.
     - Acho que de certa sabia que viria aqui.
     - Pois ja eu acho que o doutor aqui é um tanto frustado, ainda mais agora como delegado e nãoconsegue nem ao menos resolver um crime.
     - Por que, você saberia, ah sim, você é parte principal neles.
     - O que foi seu delegadinho de merda, quer me afrontar, é isso?
     - O que sei é que você é um espirito fraco, dependente e escravizado por um ódio corroativo, você é um obsessor.
     - Agora decidiste filosofar, sabe, não te servirá para nada isso, lá para onde vais é tão gélido.
     - Para uma criança seu vocabulário é bem enriquecido, com certeza seus pais lhe deram uma boa educação quando vivia.
     - Vá para o inferno.
     - E ficar assim, igual a você tão pálida e critica de tudo e de todos, um ser ou espirito sem critérios éticos, isso?
     A menina se lança a ele, Antônio se esquiva em ligeira manobra corporal.
     - O que foi, coitadinho, tem muito medo de mim?
     - Pare com isso, você já não existe, esta morta e sabes disso, retorne de onde veio.
     - Te quero morto.
     - Você sofrera muito quando viva, até entendo, em certo, mais daí a ficar vagando e fazendo mau a pessoas que nada te fizeram, pare com isso e vá para o seu lugar, seu canto.
     - Não manda em mim.
     - Eu sei que não, mais alguém tem de fazer o papel de pai, você não teve pai?
     - Não, eu odeio pais, eu odeio vocês, os quero mortos.
     - Vá para o seu lugar, retorne de onde veio, me obedeça, você tem feito muitas coisas ruins, vá embora, agora.
     Grita Antônio ali, em gesto rispido a menina joga ele contra a parede e depois contra um armário, ele cai ao chão com fortes dores nas costas, logo se levanta.
     - Até que o velho é bem forte.
     - Já chega, retorne para o seu lugar.
     - Acha mesmo que vai dar certo, acha?
     - Vai embora, agora.   Os olhos da menina mudam de cor para um roxo, logo a sala começa a sacudir e ela desaparece.
                                      29122019............









               Jocyane faz a décima entrevista com as candidatas a funcionária de sua casa, ali chega uma senhora negra de seus 48 ou mais.
     - Quando pode começar?
     - Agora mesmo.
     - Amanhã, esta bem?
     - Sim senhora, chegarei por volta das 7, tudo bem?
     - Ótimo.
     - Muito obrigado dona Jocyane, sabe, esta cada vez mais dificil velho arrumar emprego neste nosso país e ainda por cima quando este é negro, entende?
     - Primeiro você não é velha e segundo pare com isso de complexo com cor, somos brasileiros e todos somos uma mistura de raças e crenças, somos miscigenação pura.
     - Obrigado.
     - Até amanhã.
     - Sim.
     A mulher se despede saindo, Jocyane toma um bom banho, caminha pela casa, apaga as luzes ainda são 20 horas, seu esposo fora para outra cidade auxiliar o delegado em uma diligência.
     - Nossa como essa casa fica deserta.
     Ali andando ela segue para o quarto onde coloca uma camisola laranja curta, penteia seus cabelos e passa um deoparfum pós banho.
     Depois de cremes nas pernas, pescoço, rosto e braços.
     - Nunca é demais, afinal prevenção faz só bem, principalmente a minha prevenção.
     Ali com riso ela segue para a cozinha, toma água e apaga a luz.
     - Oi.
     - Sai daqui.
     - Acho que não.
     A menina mexe a boca e Jocyane levita pelo corredor, logo inicia um desvairado para lá e para cá com a mulher que é jogada de um lado a outro no corredor, ela cai desmaiada, aos poucos vai se recuperando daquilo, a visão ainda esta um tanto turva, ela vê os sapatos pretos, meias brancas, a menina ali tão perto dela em vestido rosa com marcas de sangue.
     - O que você quer, quem você é?
     - Cale a boca.
     - Você a matou, matou ela e o marido?
     - Já te disse, vá pro inferno, cale a maldita boca.   A mulher fica muda com a atitude da menina que lhe mostra um cutelo na mão.
     - Vai embora.
     - Por que, o que te fizemos, não te odeio, nem te conheço, por que, por que conosco, por que?
     - Morra. Jocyane torna a sentir dores pelo corpo, vai ficando imobilizada ali pela dor e grita insansentemente.
     - Pare, pare, vá embora, não te fiz mau algum, pare, pare, pare.
     - Por que, por que parar?
     - Vá para o seu lugar, retorne de onde veio.
     - Eu?
     - Vai.   Vocífera Jocyane ali, a menina se aproxima dela com a arma em punho levantado quando vai desferir o golpe, Isabel surge frente a menina.
     - Corre senhora.
     Jocyane corre meio tonta ainda devido as agressões sofridas ali, vai até o telefone e faz uma ligação ainda em medo, ao terminar, não vê mais nem a menina nem Isabel na casa.
     - O que foi isso, que loucura esta acontecendo neste lugar, meu Deus.   Minutos depois dois policiais estão com ela na sala, Jocyane lhes conta que sentiu estar sendo observada e quando foi a cozinha, jurou ter visto um homem no quintal, os policiais fizeram uma procura, mais nada fora do anormal.

                                         30122019................




              Antônio ali com Jocyane que termina o soro devido a fortes dores no corpo e náuseas.
   - Esta se sentindo melhor amor?
   - Sim, agora já podemos ir, tenho que lhe contar algo.
   - O que foi?
   - Falaremos assim que eu sair deste lugar.
   - Tudo bem. O médico entra ali e após algumas recomendações dá alta a paciente.
   No carro a caminho para a casa, Jocyane lhe conta o ocorrido em detalhes, Antônio ouve tudo aquilo a ponto de parar o veiculo numa praça.
   - Estive pensando amor, vamos nos mudar.
   - O quê?
   - Sim, não posso te deixar a mercê dessa louca.
   - Pare Antônio, sabe, eu também estive pensando e pesquisando.
   - Pesquisando o quê?
   - Amor, essa garota realmente viveu por aqui.
   - Como?
   - A história é cheia de segredos e trechos um tanto nebulosos.
   - Como assim?
   - Quando chegarmos vou te mostrar.
   - Quero saber tudo.
   Na casa ali na sala, Jocyane mostra no tablet os resultados de suas buscas.
   - Eu ouvi algo bem parecido com o que esta escrito aqui, meu pai nos contava, só que eu e meus irmãos achavamos que era para nos amendrontar e irmos logo para a cama.
   - Pois talvez não fosse só para isso, acho que no fundo seu pai e os outros que contavam essas estórias só queriam mesmo é proteger os seus.
   - Proteger?
   - Daquele demônio, você a viu aquilo pode até parecer um anjinho de inicio mais é a perfeita secretária do cão.
   - E agora?
   - O nome.
   - Como, o nome?
   - Você se lembra, quando apareceu para a gente pela primeira vez, um dos garotos disse um nome para ela.
   - Verdade, estou me lembrando.
   - Temos que falar com os meninos.
   - Vamos ligar para eles.
   - Sabe, amor, dessa vez sinto que vamos nos fortalecer, essa criatura ja foi longe demais.
   - Concordo.
   Jocyane conversa com os filhos por telefone, Antônio segue no trabalho e nos momentos de descanso estuda a estória contada sobre a garota vingativa.
   - O que achou?
   - Me parece que a família dela se mudou há muito, mais por sorte eu encontrei uma tia e prima, residem daqui uns 40 km.
   - Então vamos ve-la?
   - Amanhã, sairemos bem cedo.
   - Sim.
   - Amor, não podemos ficar mais nenhum dia refém deste diabo.
   - Não ficaremos amor, não ficaremos. O casal segue para o quarto.
   Amanhece e eles pegam a estrada rumo a uma cidade ribeirinha, chegam no endereço e lá descobrem que a tia falecera há uns 3 anos e a prima que morava com ela se mudou para a área rural.
   - Obrigado senhora.
   - Nada.
   O carro sai, levando o casal para o endereço, no caminho Jocyane passa mau, tem várias crises de choro e chega a vomitar por algumas vezes.
   - O que esta acontecendo, você esta melhor?
   - É ela, agora sim, é ela.
   - O quê, acha que ela esta por aqui?
   - O que sei é que ela não quer que a gente encontre sua família ou o que sobrou desta.
   - Vamos continuar?
   - Sim amor. Antônio dá partida no carro e eles seguem, na estrada a menina surge vendo o carro se afastar.
   - Malditos.
   Ela desaparece e o casal depois de uns 20 minutos, pára frente a placa de um sitio.
   - Sitio Romão.
   - É este?
   - Com certeza que sim.
   - Agora vamos saber algumas verdades sobre tudo isso.
   - Tomara.
   Antônio desce e abre a porteira, Jocyane passa com o veiculo e ele fecha, depois de uns 500 metros outra porteira e o sistema é o mesmo, ali frente a uma casa de madeira, bem velha, eles param, mais a frente uma construção de uma residência bem menor só que de alvenaria.
   - Olá.
   - O que foi, o que vocês querem?
                          03012020........................




                   Ali em pé, na beirada da varanda, uma mulher de seus quase 50 anos, num vestido de jeans já bem surrado e sujo.
    - Bom dia, me chamo Jocyane, a senhora sabe me dizer se aqui mora uma mulher por nome de Laura?
    - Sou eu mesma, o que vocês querem aqui?
    Jocyane se aproxima, Antônio pega no carro uma pistola colocando-a na cintura por debaixo da camisa.
    - O seu companheiro ai que nem pense em fazer uma de pistoleiro, afinal quem invadiu o lugar aqui foram vocês.
    - Me desculpe ele só esta um tanto nervoso, podemos conversar dona Laura?
    - Sobre o quê?
    - Mara.
    A mulher ao ouvir aquele nome deixa cair a espingarda que trazia em mãos e um estojo com pólvora.
    - O que vocês disseram, vão embora agora, não quero vocês aqui.
    - Dona Laura, eu estive estudando um pouco sobre essa Mara, ela foi ou é, não sei bem sobre isso, alguma parente sua?
    - Vão embora, ja disse para irem.
    - Por favor dona Laura, aquela criatura esta nos fazendo muito mau, acredite, jamais sairíamos do nosso lar para vir até aqui se a situação não fosse tão critica.
    - Eu não posso fazer nada.
    - Por favor, é uma mãe de dois garotos que ainda estudam, por favor, a senhora é mulher como eu, me ajude, seja o que souber, me ajude.
    - Minha vó contava uma história, já a outra contava quase a mesma só que tinha alguns detalhes que a da outra não havia.
    - E qual a senhora pensa ser a melhor?
    - Nenhuma, sempre trouxe padres e pastores e outros chefes de outras denominações e religiões.
    - O que aconteceu, dona Laura?
    - Bem, ela só me apareceu uma vez há cerca de uns dez anos, eu estava em preparo de casamento de um irmão.
    - Meu Deus, ele se casou?
    - Não, não chegou a se casar, o casamento que ele construira as duras, a casinha humilde onde ele estava se arrumando para a cerimônia pegou fogo.
    - Céus.
    - A noiva dele, uma moça bem simples, mais de uma beleza estonteante não aguentou a noticia, tomou veneno no barracão da fazenda em que meu pai era capataz.
    - Meu Deus, ela morreu?
    - Dois dias depois, fora enterrada vestida de noiva, na época minha tia trouxe 3 vestidos novos e colocou junto do corpo.
    - Sério?
    - Disse que após a viagem, seria bom para que ela se possível arrumasse um outro alguém em outro plano.
    - Nossa, bem funesto isso.
    - Olha acho que já falei demais, melhor irem agora.
    - Mais dona Laura.
    - Por favor, respeitem minha casa.
    Antônio percebe que alguém atravessa o corredor da casa, a mulher percebe o visto do homem apressando o casal a irem embora.
    - Tchau.
    - Tchau. No veiculo, Antônio olha ao redor, Jocyane fica um tanto desgostosa de terem ido tão longe por nada.
    O homem decide por parar o carro perto da primeira porteira de cá para lá.
    - O que foi?
    - Espere, só um minuto.
    A senhora surge do lado do motorista por fora.
    - O que houve?
    - Senhora, só mais uma pergunta, o que são aqueles riscos em alguns mourões e já os vi outros bem parecidos na entrada principal, no eucaliptos que ladeiam a entrada.
    - O que ainda querem aqui, vão embora, por favor.
    - Então posso deduzir que esta escondendo algo, tipo algum ritual obscuro?
    - Por favor, vão.
    - Vai nos ajudar, vai?
    - Eu encontro vocês daqui uns 3 dias, é só ficarem em espera.
    - Muito obrigado senhora.
    - Agora vão.
    Antônio pisa no acelerador, saindo dali, pelo retrovisor eles veem a mulher desaparecer no caminho.
    - Você viu aquilo?
    - Sim.
    - O que acha?
    - Melhor deixarmos essa dúvidas onde deverão ficar, só vamos esperar que ela cumpra sua parte.
    - É, esta certo, concordo.
    A nova funcionária de Jocyane limpa a casa , termina de colocar a ultima leva de roupas no varal, agora vai para o quarto dos rapazes trocar as roupas de cama.
    - Oi.   Ela olha para trás ali na porta em vestido branco com salpiques de sangue.
    - Quem é você, esta machucada?
    - Sim.
    A mulher a leva com todo cuidado para o banheiro, do armário deste ela pega uma maletinha de primeiros socorros, ja área de serviço a mulher faz o curativo da menina no dedo médio dela.
    - Menina, onde você mora, onde machucou seu dedinho?
    - Não sei tia.
    - Pois deveria, olhe já estou terminando, vou te dar uma fruta e dai você vai, tudo bem?
    - Sim, tudo.

          O casal chega ja no meio da tarde, Jocyane segue para o banheiro, Antônio vai ao escritório onde guarda a pistola de seu uso numa maleta em cima deste armário.
    - Boa tarde.
    - Oi, achei que ja tivesse ido embora.
    - Dona Jocyane me pediu que esperasse os senhores, daí poderia ir.
    - A sim, obrigado.
    Jocyane vem até eles.
    - Muito obrigado por ficar um pouco mais tarde.
    - Sim.   Jocyane lhe dá um certo valor, Antônio acompanha com os olhos.
    - Obrigado senhora, nem precisava.........
    - Por favor e muito obrigado.
    - Sendo assim, bem vou indo, ja ia me esquecendo senhora, teve uma garotinha aqui, não sei como ela entrou, havia machucado o dedo, sei que estou errada, mas, me perdoem, eu fiz um curativo nela.
    - Garotinha?
    - Sim uma menina, deve ter seus 9 a 11 anos de idade.
    Antônio se aproxima dela.
    - Como ela era?
    - Senhor.
    - A garota, como ela era?
    - Branca, em vestido branco com marquinhas de sangue, acho bem, só pode ser daquele machucado e.......
    - Ela te disse algo?
    - Me respondeu o que lhe perguntei.
    - Disse o seu nome?
    - Não.
    - E sobre seus pais?
    - Bem, ela estava um tanto amendontrada.
    Jocyane se aproxima da mulher.
    - Por favor Vanda, me diga, ela tentou ou você notou algo de ruim nela?
    - Como, uma menina de aparência tão triste, solitária, ferida, não, senhora, aquela menina não seria nunca alguém ruim.
    O casal se entreolham.
    - Poderia ficar mais um pouco Vanda, precisamos lhe contar algo?
    - Sim senhora.
    A funcionária vai se inteirando de tudo que ja ocorrera aos patrões, fica em certo pálida com a história deles.
    - Meu Deus, minha virgem Santissima, mais não, será, aquela menina?
    - Mais pode acreditar, porém eu estou aqui um tanto surpresa com algo?
    Antônio entra.
    - Com o quê?
    - Por que ela não tentou algo com você, Vanda?
    A mulher ali na frente deles, esfrega as mãos em sua saia.
    - Bem, melhor eu ja ir logo dizendo, bom mesmo seria eu ter dito no inicio, quando a senhora me entrevistou.
    - O que foi?
    - Por favor, não me mandem embora, eu preciso demais desse emprego.
    - Fale, o que houve, o que você não nos disse?
    - Bem, eu frequento um terreiro.
    - Terreiro?
    - Sim de Umbamda.
    - Meu Deus, não havia pensado nisto.
    - Sempre no meio sa semana e no inicio tomo uns banhos, faço alguns rituais.
    - Magia, me desculpe dizer, mais é macumba?
    - Banhos com ervas, não, não gostamos dessa denominação, macumba se torna algo muito xulo, são rituais, mais nada ofensivos, sem sangues.
    - Acho que entendo.......
    - Por favor, não mandem embora, por favor.
    Jocyane olha para Antônio.
    - Talvez a menina se sentiu de alguma forma bloqueada, só pode ser isso.
    - Será?
    - Bem, é o mais plausível até o momento.
    Vanda retorna a fala.
    - Na realidade, sou acostumada a lidar com desencarnados, eles sempre vem aos cultos com o pai caboclo.
    - Pai Caboclo?
    - Sim, o guia mestre do terreiro, o cabeça de frente.
    Jocyane entra no assunto.
    - Poderia nos dar o endereço?
    - Sim, claro.
    Jocyane anota o endereço e logo a mulher se despede indo.
    - O que achou?
    - Amor, temos de tentar de tudo.
    - Tem certeza que quer ir nesse lugar?
    - Só se você for junto comigo, lógico.
    - Mais você sabe, é macumba?
    - Sim amor, mais temos de respeitar as religiões, vai que neste lugar temos as respostas que tanto precisamos.
    Antônio meio que concorda e segue para o banho, Jocyane prepara um lanche para eles.
    Vanda desce da perua que a trouxe até o bairro bem afastado da cidade, já esta anoitecendo e ela cumprimenta alguns conhecidos que passam por ela, logo entra em um caminho estreito de terrenos baldios, já avista sua casa ali com as luzes acesas e sons de crianças.
    - Aqueles meninos vieram de novo, ai meu Deus, hoje morro de tanto de rir com eles.
    Anda ali sentindo ser seguida.
    - Por que falou com eles?
    - O que foi menina, se perdeu dos seus pais de novo?
    - Não era esse o nosso trato.
    - E qual era criança, aquele casal esta enlouquecendo, logo terei minha vingança, tudo graças a você.
    - Não gosto de fazer aquilo.
    - Você não tem que gostar, se esqueceu, é um espirito oriundo das sombras, quem mandou alguém da sua família te-la amaldiçoado.
    - Você é má.
    - Igual qualquer ser humano que respire e tenha ocorrido o que me ocorrera.
    - Bruxa.
    - Igualmente.
                               05012020................


              O casal dorme quando Jocyane tem um pesadelo com seus filhos, onde um deles é morto enforcado na grade da ponte.
    - Não.   Ela acorda em suor, suas mãos trêmulas, Antônio continua seu sono, ela lhe dera um leve calmante.
    - Meu Deus. Sai da cama e segue para a cozinha, bebe água e lava o rosto na pia da cozinha, pela janela olha para o quintal, agora iluminado, ela decidira colocar pontos de luz por lugares estratégicos do quintal.
    Terminado ali ela segue de volta ao quarto, sente um ar gélido no corredor e se apressa para entrar no dormitório.
    - O quê?
    - Oi senhora.
    - Por que esta aqui?
    - É ela, ela que quer o seu fim.
    - Ela quem?
    - Não posso.
    - Por favor querida, me diz.
    - Só vão embora.
    - Tudo bem, mais preciso de um argumento.
    - Vão embora.
    Antônio acorda, sai da cama e tenta segurar por trás a garota.
    Ao prende-la a si, sente como se estivesse abraçado a uma grande brasa.
    - Ai. Antônio grita de dor, Jocyane vê as mãos e braços do homem sendo incendiados.
    - Não, por favor filha, querida, não faça isso.
    - Eu........
    - Não meu amor, vem aqui comigo. A menina arde ali, Antônio a solta e cai no chão.
    - Por favor querida.
    A menina flutua ali indo em direção a Jocyane que abre os braços para recebe-la.
    - Eu não posso, quero, eu quero, mais não posso.
    - Vem querida, por favor.
    A menina se aproxima da mulher e de repente para, rodopia por várias vezes e todo o quarto é tomado por uma força centrífuga, móveis foram quebrados, espelhos, make, roupas, tudo jogado para todos os lados, a garota grita em dor, como que se estivesse sofrendo algo, Jocyane se aproxima dela e tenta segura-la, a menina para e cai logo desaparecendo.
    - Tem alguém manipulando ela.
    - Como?
    Ela olha para o marido ali caído com feridas nos braços, corre para o escritório e retorna com as chaves do auto.
    No hospital, Antônio recebe o atendimento necessário, lhe é passado alguns medicamentos e depois ele é liberado.
    - Vamos para casa.
    - O que foi aquilo?
    - Aquela menina é uma vítima.
    - O que é isso, vai ficar do lado de uma criatura daquela?
    - Não é isso, amor, ela meio que me pediu ajuda.
    - Por favor querida.
    - Vai, vamos, em casa te explico.
    - Sim.
    Ao chegarem na casa, na entrada principal um embrulho feito em jornal.
                                                    07012020........


Biografia:
ler e escrever é minha vida assim
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