A avenida 25 de março
está em pleno mormaço
derretendo no Sol escaldante
movidos pelo dinheiro importante.
A avenida se prepara para janeiro
estando num enorme formigueiro
para compra e venda, pois o dia
do natal cada vez mais se aproxima.
A correria
da vida arrepia
na contemporaneidade
sendo uma realidade.
Compra e Venda.
Cada um faz sua encomenda.
Crédito ou Débito.
Privilégio e/ou Mérito.
Por trás do comportamento,
o que o move é um sentimento
de medo de do trabalho ser despedido
e do lar ter que ser repelido.
Graças a tanta correria,
a ansiedade asfixia
o ser nesse tempo áspero
que se vê preso em seu desespero.
Estou na rua,
parecendo parada como uma lua,
mas estou em movimento
ao refletir sobre esse momento.
Pessoas indo de lá para cá.
Pessoas indo de cá para lá
movidas pelo amor e lucro
para sobreviverem e criarem seu futuro.
Observo as pessoas em silêncio e penso
de que o que vejo é reflexo não apenas do dinheiro,
mas do senso de comunidade e amor à família
para estarem sustentando juntas a mobília.
Você vai dizer que as pessoas se tornaram máquinas?
Mas o que significa essa busca desenfreada
de sobrevivência e de sustento de si e dos filhos
se não algum tipo de cuidado dos vínculos?
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