A notícia ruim da vida é que envelhecemos e hoje vivo numa casa pálida, sem brilho e sem forças.
Quando lembro-me da minha primeira casinha... de cor laranja. Consigo ainda sentir o cheiro que ela exalava, cheiro de vida.
Lembro-me dos meus pais, minha irmã e das nossas brigas diárias, mas quando entrávamos em nossa casa laranja, tudo se resolvia.
Lembro-me do meu quarto e dos meus livros, não eram muitos, contudo representavam muito para mim. Por tempos achei que eram os livros que me deixavam vivo, eu estava errado. Era minha pequena casa laranja e as pessoas na qual nela estavam.
A casa alaranjada foi antes de tudo sinônimo de infância, alegria e agora de nostalgia e saudades.
Quando me casei, morei na casa laranja. Foram anos mágicos. Eu sentia algo diferente da minha juventude. A casa não pulsava mais infância e sim amor.
Hoje faz 30 anos, que a casa foi vendida. Eu tinha 33 anos, e não entendia o quanto ela iria fazer falta para mim nos anos que iriam suceder a venda.
Quer um conselho? Não venda a sua casa laranja. Diga não! Abrace os momentos especiais que ela vai te proporcionar.
Não deixe a sua casa ser branca e pálida, lute com suas forças para ela sempre ser laranja.
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