A guarda marinha chega de lancha, Marcos é levado para a delegacia fluvial, presta depoimento enquanto o fogo é contido em sua casa.
Marluce entra no quarto de nancy com uma bandeija com frutas e leite.
- Obrigado querida.
- Quer falar algo?
- Sobre o quê por exemplo?
- Sobre tudo para inicio.
- Acho que você já um tanto até mais do que eu, enfim tudo que vem daquele homem deve ser de seu conhecimento ou estou errada?
- Sim, conheço Marcos, olha, sei que ele é dificil.
- Então sabemos de coisas.
- Sim, sabemos.
- Desde quando o conhece?
- Finalmente chegamos a algum lugar nessa conversa de loucos.
- Como assim?
- Nancy ou seja qual for o seu nome, a vida para mim é assim, em meus ensinamentos, me conte algo que eu queira saber e eu em troca lhe digo algo que queira saber.
- Suellen, meu nome é Suellen.
- Esta vendo, já estamos tendo um avanço.
- Agora me diz o que sabe sobre ele.
- Claro, vou dizer, sempre a média do que eu saber.
- O que quer saber?
- Para inicio por que foi para aquela ilha e por que tem um certo mistério ou segredo em você e meu piloteiro?
- Não estou entendo.
- Olha, achei que tínhamos um trato, sendo assim retornamos ao zero.
- Tá certo, acho que de certa forma olhe devo isso.
- Não, por favor, não veja dessa maneira. Suellen começa a desvendar tudo para Marluce ou quase tudo, esta senta á beira no braço da poltrona.
Luís termina de fazer a manutenção na lancha quando Moisés vem a ele.
- Fala Luís.
- E ai Moisés.
- Preciso que quebre um pra mim.
- O que foi?
- Pode ir na ilha da onça tem umas coisas lá na areia da prainha do fundo.
- E de que se trata?
- O que foi agora, sou eu, seu parça, acha que vou te pôr em uma furada?
- Tá, foda-se, eu vou.
- Sabia, isso que é, é assim mesmo mano.
- Falou.
- Falou.
Marluce entra em sua suíte, abre a segunda gaveta da penteadeira e tira deste uma pasta vermelha, nesta alguns documentos e fotos.
- Por que, eu sabia, sabia que tinha algo a me puxar, é como se o passado me perseguisse.
Suellen deita na cama, ali a olhar para o teto.
- Será que fiz certo em ter contado para ela. Após indagar-se ela pega o celular que Marluce lhe dera, faz uuma ligação, no outro lado Luís o piloteiro.
- Fiz certo em ter contado a ela, e agora Luís?
- Fique tranquila, Marluce deve ter algo contra ele também, com certeza não vai te entregar, até por que se quisesse ja teria o feito.
- É, tem razão.
- Tô dizendo.
- E você, como está indo as coisas?
- Melhor impossível, fui para sua casa.
- Na ilha?
- Sim fui buscar umas coisas lá, Moisés me arrumou esse bico.
- Tome cuidado, todo cuidado.
- Fique tranquila coleguinha.
- Tá.
- Ficou sabendo, depois que saiu de lá, seu louco marido colocou fogo na casa e em tudo por lá.
- Mais e ele?
- Esta bem, fique tranquila já disse.
- Ainda bem.
- Tá vendo sempre a se preocupar por seu love.
- Pare de brincadeiras.
- De boa colega.
- Não se esqueça, nosso tempo já se esgotou.
- Eu é que sei, afinal sou eu quem controla a fera lá.
- E como estão as coisas lá?
- Daquele jeito ou seja do mesmo.
- E o Marcos, o que fizeram com ele?
- Foi para a delegacia portuária, mais ja está de boa, afinal o povo lá ja deve ter usado de suas artimanhas.
- Com certeza.
- Bem, vou desligar e não se esqueça ninguém mais pode saber da gente.
- Quem fica a falar de mais aqui não sou eu não, só pra deixar no registro hein.
- Bobo.
- Falou.
- Falou.
- Tome cuidado também sua doidinha.
- Tá.
Luís desliga e ouve o som da campainha da porta.
- Moisés.
- E ai estou atrapalhando algo?
- Nada, era só uma ligação, de boa, ja até terminou. Moisés entra ali junto de Sofia.
- Olá Luís, a gente veio buscar a encomenda ou seja tudo que você pegou na prainha.
- Ah sim, me desculpem, eu deixei na garagem do botes. Ele pega as chaves e sai com eles, porém Sofia sente que ele esconde algo ali e segue com eles, na garagem com ajuda de três homens de Sofia as caixas são levadas para a carroceria de uma camionete, ali ela faz o pagamento para eles.
- Foi muito bom o trabalho de vocês.
- Obrigado.
- Tchau.
- Tchau e quando precisar é só me chamar, já sabem onde me escondo, é só ir.
- Vou me lembrar, com certeza que sim.
Luís guarda o dinheiro e se despede de Moisés que o convida para esticarem a noite num bar e nas casa de tolerância dali.
- Vou ter de recusar dessa vez Moisés, tenho viagem marcada para amanhã, bem cedo.
- Então até mais.
- Até mais.
A noite esta mais que agradável no Ciranda da Noite, o fluxo de clientes esta bem volumoso o que faz Marluce sorrir mais que nunca.
- Hoje vamos ganhar até dizer chega.
- Nunca dizemos isso, para nós sempre é pouco, aprenda isso ou não vai durar muito na noite.
- Quando começou nisso Marluce?
- Eu tinha meus 15 anos para mais quando saí de casa, agressões, violência e uma mãe que sempre me culpava por tudo até tentativa de estrupo, foi quando decidi por fugir, sair daquele maldito lugar e tentar a vida afinal como me disseram, o pior ja tinha me ocorrido, ser violentada por alguém próximo, bem próximo, então sai e fui ver no que ia dar.
- Não teve medo?
- Lógico que tive, afinal eu tinha fugido, era menor e essa coisas todas, meu primeiro macho na vida, me mijei toda de medo.
- E aí?
- Ele foi me acalmando, sabe, por várias vezes eu terminava um cliente e ficava no quarto á brincar com as bonecas que tinha comprado de meu ganho.
- Você brincava de bonecas?
- Garota, quando eu sai de casa sai por todos aqueles motivos e ainda um pior, eu não tive infância.
- Nossa, sua vinda para a rua foi pior que a minha.
- Não existe melhor ou pior, somos todas sobreviventes.
- É, mais sofremos muito.
- Sofrer querida, é não ter como e onde viver e comer, nós temos, graças.
- Verdade.
Marluce avista um homem só na mesa ao canto direito, diz para a mulher ali.
- Dê uma atenção especial aquele cliente, trata-se de um policial aposentado.
- Agora mesmo.
A mulher sai, dali do alto da escada, Suellen observa aquilo e vai até Marluce.
- Hoje será uma grande noite, daquelas boas.
- Com certeza, isso te lembra algo?
- Você ja imagina que sim.
- Desde quando te vi pela primeira vez.
- Acho que vou descer e passar um pouco pelas mesas.
- Vá, vou ficar por aqui mais um pouco e cuidado.
- Obrigada.
Suellen desce e transita ali e logo é chamada a sentar numa mesa de 3 homens.
- O que quer beber?
- O que estão bebendo?
- Cerveja.
- Então vamos nessa. O rapaz faz sinal ao garçom que logo vem com 3 latinhas e 1 copo para ela.
Marluce cruza o salão diversas vezes no olho até que vê entrar ali alguém conhecido, ela aciona o interruptor a sua frente e logo vem um garçom até ela.
- Recolha aqueles homens e moças da mesa para a saleta especial.
- Sim senhora.
- Depois de um jeito de avisar nossa hóspede para que venha até minha suíte, preciso falar-lhe com certa urgência.
- Sim.
- Pode ir. O homem sai e logo todos ali da mesa seguem para a saleta especial, Marluce ainda de olhar fixo no homem que entrara, assim que o salão normaliza ela ouve por detrás.
- Você me chamou, o que quer?
- Sua linda mulher esta comigo.
- Bem te vi na lancha, traíra.
- O que pretende fazer?
- Por enquanto nada, é até bom ela longe, só não se esqueça a quem ela pertence.
- Por favor Marcos, ela é mais uma vítima sua. Marcos a segura pelo pescoço.
- Não estou gostando do ritmo de nossa conversa.
- Pare com isso agora, logo os seguranças estarão aqui. Ele a solta e sente frente a ela, acende um cigarro e solta algumas baforadas em direção dela.
- Do que esta precisando?
Suellen termina de vestir-se ali no quarto, seu cliente ficara na ducha, ela sai dali no corredor um funcionário a chama.
- Me chamou, o que houve?
- Vejo que ja se divertiu um pouco?
- O que foi Marluce?
- Seu marido esta aqui.
- Aqui, onde com quem?
- Fique tranquila, ele esta no quarto com uma das garotas.
- Qual?
- Margarida.
- A que gosta de papear?
- Mais se acalme ele sabe de você estar aqui, não fará nada de ruim a ti por enquanto.
- Você compra drogas dele?
- São negócios, só isso, negócios.
- Sei.
- Por favor Suellen, deixe isso onde deve ficar, não adianta mover pedras que não sabemos o peso certo.
- Concordo, não tenho nada contra ti ao contrário lhe sou grata, sempre.
- Até por que você sabe, tenho essas garotas e muito gasto, temos de manter tudo isso brilhando, sempre, ninguém aqui é santo, jamais.
- Eu sei, entendo perfeitamente.
Marluce pega sua piteira leva a boca e traz um cigarro e o acende.
- Não sabia que fumava?
- Só quando tenho abacaxis daqueles em minhas mãos.
- Quer que eu vá embora?
- Acho melhor, sim, aquele louco logo irá surgir pela escada, descer ao salão e fazer um espetáculo daqueles por sua causa.
- Vou chamar um táxi.
- Não precisa, ja chamei e tomei a liberdade de arrumar suas coisas, estão no carro.
- Muito obrigado, mais uma vez.
- Fique tranquila, arrumei um lugar perfeito para ti.
- E ele?
- Dexe-o comigo, vou deixa-lo bem, traquilizarei a sua fera, pode deixar.
- Estou indo.
- Até amanhã.
- Até. Suellen sai dali e segue por um corredor, saindo pela porta de serviço, em poucos passos entra no táxi saindo dali.
Marcos transa enlouquecidamente com a mulher até que resolve em prender o pescoço dela em suas mãos, ali inciando uma asfixia, a mulher tenta sair deste até que consegue, quase sem forças sai do quarto aos gritos baixos devido ao esforço e dor local, ali no corredor, Marluce a ampara.
- Entra no quarto.
- Não.
- Vai entrar ou quer experimentar algo mais especial só para ti....
- Já chega Marcos, sou a dona deste lugar, não quero problemas e você melhor que ninguém sabe muito bem disso.
A mulher corre nua para os braços de um colega, deixando ali no corredor Marluce e Marcos.
- Onde ela está?
- Foi embora, saiu quase há 1 hora atrás.
- Mentira.
- Se quiser pode conferir, quarto por quarto, ande por onde quiser, só não quebre e nem tampouco destrua meu patrimônio.
- Cadela, vadia, puta.
- Xingue o que quiser, sua mulher se foi. Marcos tem por indução a agredir a mulher á sua frente mais é contido pelos seguranças do lugar.
- O que foi agora, por que disso tudo?
- Não vou e nunca irei apanhar de um homem como você e nem de qualquer outro.
- Me desculpe Marluce.
- Agora vá, entre no seu quarto, tome seu banho e depois falaremos.
- Vai me ajudar?
- Como sempre o fiz, só que preciso que se acalme Marcos.
Marcos entra no quarto e Marluce deixa ordens para que dois seguranças permaneçam ali no lado de fora.
07092019..........
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