Teus olhos são trevas, trevas...
Como a noite sem luar...
São lívidos, solitários,
Como as ondas no mar!
Nesta balsa de lágrimas,
A cruz das angústias moldou-me
N´alma pálida e sem amor...
Teu sorriso foi orvalho,
Afogou em meu jardim;
Entorpeceu-se no fim,
E para longe nos levou...
Teu amor é um sopro exausto,
Singelo como a fé nos condenados.
Teus olhos são ventania...
Venta... e leva... por favor, leva-me!
Ah, Sonhando em vão - sonhei contigo
E provei as lágrimas do coração.
Por ti, em ti, me perdi...
Eu sei, tu sabes.
Algo puro uma vez, aqui,
Agora morre...
E quem ouvirá o chorar do coração?
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