Viver a vida como pluma,
ou do mar, espuma,
viver a pé,
caminhando sem parar,
imitar a maré,
saber descansar e seguir,
sem saber o pouso,
o bom é ir...
Ceder os braços pro abraço,
o rosto para o beijo,
reconhecer que viver é um traço
desenhado no terreiro,
dar o coração como pousada,
(pra alguém uma noite é nada),
escancarar a alma, do espírito
estender leves pegadas,
viver sua história,
não o mito,
sua saga...
De repente se descobrir
deitado eternamente em berço esplêndido,
aceitar o fato de ser nato indígena, não Vizir,
acordar e se saber, do cosmo, íntimo,
se aceitar e nunca mais de si fugir...
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