Fim.
O poema começa assim.
De trás para a frente.
De fasto, de ré,
andadura decorrente
do já sentido,
do que foi
e já de novo novo é...
Meio.
Todo poema tem um meio
feito de ambrosia, doce recheio,
toda poesia descansa nos braços das palavras
seu corpo divino-verbo,
outrora eternidade,
a mutar-se
em movimento eterno...
Começa o começo
pelo berço
onde nascem miúdos fonemas,
sem pernas,
apenas rabiscos angelicais,
no corpo secreto das nuvens,
gotas trans siderais...
Nascido e feito,
cumprida a sina,
a andar nu pela via,
o poema só sente saudade de sua mãe,
a poesia...
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