Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
O CÉU DAS ESTAÇÕES
DIRCEU DETROZ

Quando falamos das estações no ano, logo lembramos suas principais características. O calor do verão. O frio do inverno. Flores e perfumes da primavera. O dourado das folhas caindo do outono. Em proporções distintas, todas elas têm seus fãs.

Entretanto, o verão e o inverno possuem outra característica que por diversos motivos poucas pessoas conhecem. Para percebê-la é preciso olhar o céu. Quem olhou para o céu em qualquer noite do último mês levante o dedo. Se você não levantou o dedo, não vou culpá-lo.

Não é só nas metrópoles das selvas de concreto que o céu tem se tornado cada vez mais invisível. Nos pequenos centros urbanos já acontece o mesmo. Se isto não bastasse, a tecnologia faz uma pergunta: Por que vou erguer meus olhos para o céu, se posso mantê-los no celular, no iPhone?

Se não existissem calendários marcando o início as estações, quando a pino duas constelações facilmente reconhecíveis nos diriam que uma nova estação estaria começando. Escorpião no inverno. Órion no verão. Conta a lenda que Órion o caçador, está na sua eterna caçada ao Escorpião. Quando um vem surgindo no céu do leste, o outro vai sumindo o céu do oeste.

O inverno nos dá muitas chances de apreciar um céu estrelado. Além de Escorpião com sua estrela alfa Antares 880 vezes maior que o sol e do Cruzeiro do Sul, as formas leitosas da Via-Láctea são facilmente visíveis. Por quase duas décadas me deliciei com noites assim, quando voltava a pé para casa após às 21 horas.

Só que as noites estreladas de inverno, nem de perto se comparam com as noites estreladas de verão. Uma das minhas poucas tristezas é saber que noites estreladas durante o verão são raras. Pelo menos aqui na Região Norte de Santa Catarina.

Olhar para o céu de verão e encontrar Alnitak, Alnilam e Mintaka, popularmente conhecidas com “Três Marias” é como estar olhando a fivela do cinturão de Órion. Isto sem contar o espetáculo cintilante das estrelas azuis que formam as Plêiades.

Assim como Carl Sagan escreveu em “Cosmos”, eu também gostaria de saber o que nossos ancestrais pensavam, quando ao redor das fogueiras olhavam para o céu tentando entender aquilo, de um jeito que nunca mais poderemos olhar. É fato que evoluímos. O que não significa saber tudo sobre as estrelas.

Eles eram pontinhos no Universo. Nós também somos. Podemos ter uma noção do gigantismo que nos rodeia. As estrelas que formam as Plêiades estão distantes de nós 444 anos-luz. Isto equivale dizer, a luz do cintilar que vemos hoje saiu de lá por volta de 1570. O Brasil acabava de ser descoberto. Perturbador, e ao mesmo tempo fascinante!


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
Número de vezes que este texto foi lido: 52848


Outros títulos do mesmo autor

Poesias LIZZANDRA DIRCEU DETROZ
Artigos UMA GUERRA SILENCIOSA DIRCEU DETROZ
Poesias CIO DIRCEU DETROZ
Poesias JARDIM SECRETO DIRCEU DETROZ

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 1021 até 1024 de um total de 1024.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
SENHOR DA VIDA 5 IND 14 ANOS - paulo ricardo azmbuja fogaça 7 Visitas
Votuporanguense na A2 em 2025 - Vander Roberto 7 Visitas
MISSIVA POÉTICA - Ivan de Oliveira Melo 7 Visitas
SENHOR DA VIDA 4 IND 14 ANOS TERROR - paulo ricardo azmbuja fogaça 6 Visitas
Torneio de Candidatos(as) do Xadrez 2024 - Final - Vander Roberto 5 Visitas
300 anos do nascimento de Immanuel Kant - Vander Roberto 5 Visitas
🔴 Aos que eram felizes e não sabiam - Rafael da Silva Claro 4 Visitas
Começou o Paulista Sub-23 2024 - Vander Roberto 1 Visitas

Páginas: Primeira Anterior