Perdida nos sonhos, lá vivia ela!
Tão criança, tão inocente!
Buscava sempre a luz do sol
Mesmo em dias nublados.
Tão pequena, tão frágil!
Sempre sonhando alto
Queria alcançar as estrelas.
A esperança era luz que brilhava dentro dela.
Tão humana, tão piedosa!
Esperava um dia tudo mudar.
Ansiava a liberdade...
Liberdade daquela decadência
Liberdade daquela vida sofrida.
Liberdade daquela miséria.
Liberdade! Liberdade!
Liberdade dos infortúnios.
Liberdade do que a fazia sofrer.
Tão jovem, Tão imatura!
Eis que a vida a fez crescer.
Seu medo virara realidade:
Seu pai consumido pela chagas
Sua pobre mãe, tragicamente, perdera a vida
De forma tão rude, tão cruel!
O punhal que a deixara órfã: Maldito seja!
Junto com sua mãe e o sangue que derramara
Ia também a garotinha
E junto com ela: Seus sonhos.
A tempestade tudo levara!
Tão amarga, tão desesperançosa!
Estava sozinha! Era apenas ela!
Só a restava decidir: Continuar? Ou desistir?
Tanto faz, não fará diferença.
O crepúsculo se tornara seu refúgio.
A escuridão já habitava dentro dela!
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