Marina não se encaixava em lugar nenhum, não tinha amigos e nem colegas de verdade. Ela só tinha de mentira. Tudo na sua vida era como um teatro, tudo de mentirinha.
Marina tentava negar para si que tudo era falso, mas na sua vida a única coisa que era de verdade era o que ela sentia: uma profunda e dolorosa tristeza.
Marina tentava não pensar nisso e sempre pintava o cabelo cada vez que queria mudar seu mundo, mas junto com as tentativas iam as tintas, seu cabelo desbotava e ficava sem cor e vida, assim como sua alma.
Marina não desistia, só que chegou o dia em que a tinta não fez mais efeito e ela então queria morrer, esperou uns dias para tentar achar certeza, porém ela nem encontrou a felicidade nem a certeza, permanecia submersa no mar da incerteza e da tristeza.
Ela olhou para o céu um dia e não enxergou as estrelas, a lua aparecia turvamente, Marina tremia e pensava em todas as bobagens que a diziam e que ela mesma proferirá tentando ser aceita. Ela imaginava como deveria ter tido um amor marginal, uma risada sem igual, uma gargalhada verdadeira que tirasse seu ar, que um dia alguém a tivesse olhado como se ela fosse a escolhida.
Marina chorou, pois nada no mundo a deixava mais certa do que pensa em uma vida que ela jamais teria, pois os romances românticos mentiam assim como todos os filmes e músicas são uma grande mentira, todos mentem e ela só nisso se encaixava, também mentia para si. Nada ia mudar.
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