Dezembro
O último mês do ano é cheio de reflexões e os nomes que ganham protagonismo no fim do ciclo é: retrospecto e projeção. É fascinante como a introspecção toma as pessoas neste período. É um verdadeiro “balanço da vida,” o rumo e finalidade de repente ganha atenção e um breve instante filosófico paira sobre cabeças que na maior parte do tempo estão no automático. a velocidade parece nos anestesiar, vivemos a repetição de forma robótica, sem pausa pra perguntas e questões que existe além do supérfluo, algo que transcenda o universo dos objetos .
Vivemos ruminando inconscientemente mensagens subliminares que ditam um ideal de ser humano. Ser alguém com adjetivos que escapam o âmbito da realidade em uma busca frenética rumo a miragem de perfeição que deprimi e gera transtornos psíquicos. Somos a geração escrava do relógio, do consumo, do status e da opinião alheia. nos falta criatividade e autenticidade em “ser,” somos cada vez mais “cópias” de “cópias” que perde expressões das supostas “virtudes,” estamos a toda velocidade na revolução de “coisas” e não da parte interna de pessoas, continuamos a repetir em série modelos retrógrados de personalidade ,construídas ao invisível molde fascista de alienação.
Das inúmeras promessas que fazemos de mudanças para o próximo ano,talvez uma das boas... seria revolucionar o lado de dentro, uma faxina pra jogar fora velhos hábitos e ideais, tentar o novo como forma de desintoxicação de tudo que foi empurrado goela abaixo durante a vida. pra o ano novo recomendo as palavras do poeta : “mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.”
Elizeu Alves
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