Te procuro no rabisco,
dentro dele um sinal de cisco
de tua passagem por dentro de mim,
te procuro, enfim,
por que nasci para te procurar
como o rio nasce para procurar o mar...
Te caço
dentro do traço
que o poeta transige
como fosse a face da esfinge
que nos some no interrogatório
antes que saibamos onde é o velório...
É vã, eu sei, a procura,
como é vã a noite escura
que esconde a lua;
então atrás vou de tuas pegadas,
bem assim como vai o tudo de mim
atrás do teu nada...
|