Onde, poesia,
puseste suas canetas,
suas tetas,
sua vasta e leitosa lagoa,
onde pôs, se nem de canoa
encontro
teu leite pronto,
nem doce e nem manjar,
onde, poesia,
poderia estar?
Posso supor pois supor posso,
mais que isso seria saltar no fosso
das considerações vazias,
seria por os pés
onde nem a imaginação poria:
onde poderia te abraçar,
oh poesia?
Posso, sim, alcançar o fim metafísico,
tatear o dorso do infinito,
vadear entre sois escancarados,
mais que isso, me tornar um ser rebuscado,
mas, o que mais a vida me daria
se não pode me dar seu endereço,
oh poesia?
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