Nestas noites, onde a mesa posta e o vinho servido
esperam por nós, que pouco damos ao sono pesado,
brilham estrelas como se num tempo olvido
pudessem de nós aos poucos ter lembrado,
nossos passos que passavam, lassos,
enquanto outros, movidos por abraços,
viviam amores, eternos, amigos,
sem o furor do cansaço...
Quem nada espera nada há de encontrar, perdido,
nem um verso pálido em tinta fraca escrito,
quiçá um beijo marcado num guardanapo,
amores que se rasgam, como trapos...
Para onde foram os caminhos que o amor traça,
a fonte dos desejos, a moeda ali atirada,
a lua dolente a se jogar na rua,
para onde a minha, a alma tua?
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