O espírito de casa coisa que aqui vive
e se transforma a cada instante,
o lento passar do tempo
dentro do rio oscilante,
o desenho do futuro esboçado num olhar,
tudo tão depressa passando devagar...
Ceder aos encantos do cisco que voa
como um pássaro que ecoa
seu canto como pedraria no manto
do tempo que boceja em doce espanto...
Aqui estão todas as coisas que nem nome tem,
que no vagar marítimo vão e vem,
que alguém nomeia para poder trazer a si,
como à boca é levado docemente o caqui...
As estradas que vão até o céu,
as mãos levantadas em sinal de entrega,
as unhas que aos poucos rasgam o véu
e mostra o que há onde só há entrega...
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