Nossa muito interessante! Três dias após a vitória de Dilma Rousseff, o jornal A Folha de São Paulo publicou um artigo do ainda senador, e talvez, futuro aposentado José Sarney. Com o título de “O futuro presente”, parece que Sarney voltou a enxergar, depois de passar sua carreira política nada curta no escuro da cegueira.
Sarney é desses políticos que jamais deveriam ser referências para o Brasil. Ocupou todos os cargos possíveis, sempre pulando para o galho do vencedor. No tempo que a ditadura ainda prendia e exilava, Sarney namorou os ditadores.
Quando o grito de “Diretas Já” ecoou, Sarney também gritou. Com a morte prematura de Tancredo Neves, a presidência caiu no seu colo. Quem não se lembra da situação que Sarney deixou o país em 1990, basta consultar a História.
Sarney também foi um dos que pintou a cara no impeachment de Collor de Mello. E depois de estar do lado de Fernando Henrique Cardoso por oito anos, pulou para o barco do Partido dos Trabalhadores. Como um dos marinheiros do ex-presidente Lula, finalmente se aposentará. Isso se não for Ministro da Cultura de Dilma.
O rabo negativo do legado de José Sarney na política é maior do que qualquer cometa que se aproxime do planeta Terra. Estrago maior é na cultura. Todos os dias eu arranco um pouco dos meus cabelos brancos, sabendo que Sarney toma chá na Academia Brasileira de Letras. Nossos verdadeiros "Imortais” devem se revirar nos caixões.
Tudo o que José Sarney nunca ajudou a fazer no Brasil, ele espera que a presidente reeleita faça. É um dos que comungam com a ideia que o país está dividido de várias formas. Pobres e ricos. Nordeste, sudeste e sul. Bons e maus. Dá dicas sobre a reforma política, e diz que Dilma Rousseff deveria levar o Brasil na direção do Parlamentarismo.
A pergunta é: Como caminhar na direção das mudanças, com o ex-presidente Lula botando desde já um pé na rampa do Planalto, para subir em 2018? Doze anos foram suficientes para saber que eles não são capazes de fazer nada além do que temos hoje. E o que temos precisa urgente de novas rotas e caminhos.
Salvo outra bruxa solta aparecer, o cenário político de 2018 já está desenhado. Só resta saber quem será o corajoso que servirá de sparring para o ex-presidente na sua volta “triunfal”. Tem de ser alguém que goste muito de apanhar. Alguns assim sempre têm.
Minha bola de cristal vai além de 2018. Com mitos no poder, o futuro de José Sarney é pura utopia. Talvez, em 2022 teremos de escolher entre Lula e Romário. Diante de opções dessa “magnitude”, nem sei por que ainda nos indignamos quando Tiririca é reeleito. Falei de 2022. Notem como estamos distantes de ter escolhas para pensar no nosso futuro.
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