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Eu, o Jerry Adriani e a gafieira no Rio
Paulo Azze

Estive por três vezes no Rio de Janeiro e não fiquei tão impressionado assim. Nem o Maracanã esta com esta bola toda, prá eles Maraca, nem a badalada vida noturna em Copacabana que presenciei “numa boate da zona sul”, do Plaza Hotel. O único fato marcante e interessante foi a oportunidade de conhecer, pelo menos por uma noite, o cantor Jerry Adriani.
        Daí, resolvi abordar este assunto e outros correlatos nesta crônica, mas antes preciso situar os fatos até para dar maior credibilidade aos mesmos, para que não me venham depois pichar de Pinóquio, não tenho nariz esticado não, e de pau, só a cara!
        Tudo aconteceu pelos anos 70 nos meus tempos do FESB (Fomento Estadual de Saneamento Básico) empresa de economia mista do Estado de São Paulo, posteriormente incorporada a SABESP, que na época era o órgão técnico financeiro do BNH (Banco Nacional da Habitação). Este concedia financiamentos para obras de saneamento básico para os municípios do estado, condicionados a supervisão do FESB, desde o projeto, a supervisão e até a conclusão das obras.
        O Itys, um dos coordenadores de obras, conseguiu-nos um curso de uma semana na Worthington, conceituada fabricante de bombas hidráulicas no Rio. Éramos em três: o Itys, o Carlos Alberto e este que vos escreve. E no seu fusca lá fomos nós pela Dutra, saindo de uma madrugada friorenta e amanhecendo na calorenta cidade maravilhosa.
        O curso era na zona norte, se não me engano no Meyer, mas nos ficamos numa boa no Posto Seis em Copacabana, hotel de luxo e tudo o mais. Só tive problemas mesmo com o tal de chuveiro a gás, muito comum por lá. Imaginem, nu e todo molhado lidando com uma chama no Box, literalmente de olho no piloto do mesmo! Para quem não esta acostumado dá medo e vai vaza ou pior explode...
        A rotina diária era levantarmos bem cedo e ir direto para o curso ministrado numa sala hermética para evitar o barulho ensurdecedor da fabrica, porem não evitando o calor insuportável. Com almoço incluso no restaurante deles e voltando à tardinha para o hotel.
        Depois de uma boa chuveirada para espantar aquele calor de lá, um whisky com gelo na água de coco para refrescar a goela. Desce melhor que Skol redonda. Sim, na calçada de restaurante a beira mar com espetinho de camarão. Numa boa...
        A noitada corria solta, na época não era tão perigoso como agora e no fusca do Itys, rodávamos na área, na paquera. Ainda bem que não era o fusca falante indiscreto. Numa destas fomos parar na tal Boate do Hotel Plaza. Ambiente “dark”, mas aconchegante com belas e pretensas companhias para abastados.
        Enquanto o Carlos Alberto ia atrás das gatas, me acomodei numa mesa do lado esquerdo do palco para ver o show e logo veio um cara e assentou na mesa ao lado. Qual não foi minha surpresa em ver que era o cara: Jerry Adriani. Cumprimentou-me mui cordialmente e logo começamos a conversar. Contou-me que estava aguardando a striper, que se apresentava toda insinuante no palco em frente, encerrar sua apresentação para sair embalado para a balada.
        Finda a apresentação, ela veio se acomodar na sua mesa e até pude trocar umas palavrinhas com a musa do cantor...pelo menos naquela noite, bem entendido. Teve até uma palhinha do Jerry no palco numa música de sucesso, no improviso e na faixa. Porem não demorou muito para partirem, acho que estavam mesmo querendo se mandar para... bem você pode adivinhar não? Para bom entendedor...
        Fiquei na mão, mas acabei conhecendo uma garota muito legal que indo com a minha cara, modéstia a parte, naquele tempo não era totalmente de se jogar fora como agora, se achegou e entabulamos uma conversa animada, porém amistosa e nada erótica com negociação, capiche? (Esta o Fernando Henrique utilizou no Estadão, por que não eu!).
        Nisto, uma confusão se instalou no local, o Carlos Alberto, bêbado que nem um gambá, estava importunando uma garota. Certamente querendo na marra, sexo na faixa. Imagine que ali nem amendoim para beliscar se conseguia desta forma, que dirá beliscar aquilo!
        A moça querendo se livrar do inoportuno, fez sinal a um dos leões de chácara ou se preferirem segurança, que se dirigiu para o local. Imediatamente fui tentar por panos quentes, mas a bela que estava comigo, percebendo meu problema, fez outro sinal ao parrudo que, recolhendo as garras, incontinente recuou. Agradeci a gentileza e me pus a retirar o amigo do ambiente antes que o mesmo esquentasse ainda mais e o caldo entornasse de vez.
        Foi um custo convencê-lo a retirar-se e pior ainda arrasta-lo para o hotel naquele estado. Enfim, perdi uma boa companhia para uma bela noitada e fiquei na lembrança de ter conhecido o Jerry e sua striper, e acabei desiludido e desamparado com um bêbado ao lado para cuidar, o danado do Itys estava muito ocupado no fusca, ocupando sua companhia e não teve como ajudar.
        Êita noitada marvada sô! Na praia de Copacabana, toda iluminada com velas de Iemanjá, não pesquei nada, pelo menos nesta noite, o resto não conto não, que nem mineirim que...
        Enfim, tudo se passou como numa paródia daquela música Pistão de Gafieira:
        Na boate segue a paquera calmamente
        Com muita gente dando volta no salão
        Tudo vai bem, mas, eis, porém, que, de repente
        Um cara subiu o tom e quase foi ao chão.

        Mas o amigo sempre toma providência
        Pondo panos quentes pra segurança não manjar
        E nessa altura, como parte da rotina
        O amigo tira o cara na surdina
        E põe as coisas no lugar.

        Não reparem nos versos que de poeta não tenho nada não, nem na crônica desengonçada com as tais redundâncias, um vício do autor e outras agressões linguísticas. Enfim, um nefelibata (agora sim! Exagerei no pedaço, graças ao Estadão, mas não fique embasbacado, veja na nota abaixo), ou seja, aquele escritor que não obedece às regras literárias. Mas, tô que nem a música: eu não sei dizer o que quer dizer o que acabei de dizer. E tome Lenha do Zeca.

        Nota: a definição de ‘nefelibata’ tá na Wikipédia e foi pinçada (vige Maria) do editorial: “Dilma nas Nuvens” do Estado de São Paulo (tal qual o ‘embasbacado’) Eles mesmos uns nefelibatas! No contexto geral, trata-se de uma pessoa idealista, que vive fugindo da realidade. Um reles advérbio também utilizado por Lima Barreto no livro “Os Bruzundangas”. Agora sei por que chamamos alguém de bruzundunga, um trapalhão da vida.
        Agora somos três: eu, o Estadão e o Lima.... rs rs rs rs Expressão comum dos infomaníacos facebookianos (palavras estas totalmente desconhecidas do Word!). Quiçá também do Muttley do Dick Vigarista da Corrida Maluca. E #pegabem...
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Leia este e os outros textos em: http://pauloazze.blogspot.com.br/


Biografia:
Somente um mineiro da engenharia aposentado, despendendo algum tempo tentando escrever alguma coisa, mesmo sem um estilo definido e muito menos qualquer pretensão. proseio@outlook.com
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