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Contos de noites sem luz
Lu Oliveira

Falta energia em pleno fim de tarde.Crianças chegam da escola maravilhadas e horrorizadas diante da escuridão que se anuncia.Logo as velas são acesas. Mais acesos estão os olhinhos deslumbrados das meninas.Uma vela, duas velas, três velas!
- Olha a minha sombra, mamãe!
- Veja o que faço com as mãos!
São os bichinhos de sombras.Diante de mim passa um filme, um flashback de minha infância.Lembro-me da mesa do jantar, da sopa quente perfumando o ambiente. Meu pai sentado na cabeceira. Minha mãe colocando as velas em cima da garrafa térmica para iluminar a mesa.
Eu e meus irmãos com os olhos brilhantes, fascinados pela situação.
À mesa, todos calados.
Minha mãe contava histórias de seu tempo de menina quando não havia eletricidade.
E os olhos iluminavam a imaginação...
Mais tarde, teatro de sombras.
Se era lua cheia, todos os vizinhos sentavam na porta de suas casas aguardando a luz chegar. Não havia novela, só restava contar histórias de arrepiar. E ouvíamos histórias assustadoras.
Lembro-me de uma senhora que morava num casebre humilde e que, na nossa mente, era uma bruxa disfarçada. Ela nos contava histórias mal assombradas e nos fazia personagens de um filme de terror.
Chegava a hora de dormir.... o medo do escuro, dos fantasmas...
A vontade de ficar com os olhos abertos pra ver os seres imaginados...
De repente, tudo se ilumina. As luzes se acendem...
O sonho acabou!


Este texto é administrado por: Luh Oliveira
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