Coisas da alma,
sobretudo dos espíritos,
meia-água de perdão,
que invade agora
nossa solidão.
Estar junto já
vale pouca coisa;
é como beber
um vinho doce
e no fim se perder
no aguardente.
Não foi por mal,
foi a engrenagem da vida:
uma hora prá frente,
outra prá trás;
sem maldade
apenas ela tinha piedade.
A gente vê as coisas
cairem
como um dia sombrero que
se esvai,
como as pétalas amaciadas
das figueiras se deixam
e se partem ao vento.
A gente vê isso o dia
inteiro, é certo,
mas quando a gente
se vê dentro de
uma história de amor,
é outro capítulo prá calcular.
Ai dói mais,
É uma lança de
duas pontas,
tão arfado como um raio
de sol.
Você sente e
os outros pensam
que não.
Mas está ali:
é uma classe especial
prá fugir da gente
como um raio que bate de repente!
Não mais importa.
Se perdi, perdi dobrado
e, ela, se ganhou,
fingiu ser gloriosa,
correu do sim
e se agasalhou no não.
Meu espaço foi tomado,
sugado pelo tempo,
vivo agora de choro e
lágrimas sofisticadas,
pensando só nela,
no tempo dela,
que morreu em mim
na fronteira final,
entre a dor e a saudade.
Sou agora a última etapa:
um resto, sem ser amado!
|