De passagem rápida,
mas não intrépida,
fogosa e trepidante,
mas não tão orgulhosa,
passei,
como um viajante sem pasta,
por onde vivi,
e por onde não
devia tê-lo feito,
pois a história nem sempre
vive parte da gente.
E, por isso mesmo,
de metro na mão,
de carapuça duvidosa
na cabeça,resolvi
reviver sonhos
de folhinha comum.
Um dia que passou meeiro,
medroso,
pois o medo é minha voz,
meu parente primeiro.
Fui feliz naquele tempo:
alvo de 7 estrelas,
coronel sem farda
de outro sentimento.
Passado aquele momento
voltei às minhas raízes
que deixaram marcas,
como se assola a lama
e vinca o chão.
Nunca mais quis pensar nisso
pensar dá desgosto,
despraz o início
e alenta o fim,
com dores e passadiços
de ânsias.
Pedrugulhos de minha alma!
Refaz o desententido.
Diz que não sou eu,
diz que nunca estive aqui
e terei calma.
Calma para entender
que um dia estive
em algum corpo.
E o vivi tão intensamente
que hoje, largado da vida,
penso como foi possível.
Foi possível - e nisso creio -
ária sem voz!
Pois,agora,sou
despótico sem reino,
falcatrua de almas
onde só vocejam corcéis
de espírito, sem asas,
colorindo várzeas de Açores!
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