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A INDISCIPLINA E O PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Elias Martins

Resumo:
Entre os professores é senso comum que a indisciplina atrapalha enormemente o processo ensino-aprendizagem. Sendo assim, se faz necessário um estudo sobre as causas da indisciplina em sala de aula. Para o desenvolvimento deste trabalho, cujo tema é: “A indisciplina e o processo ensino-aprendizagem”, com o objetivo de inferir as conseqüências da indisciplina sobre este processo e oferecer referencial teórico aos educadores, foi realizada a aplicação de questionário e entrevista aos alunos de duas turmas, tidas como indisciplinadas. Aos professores dessas turmas, e também a outros, aplicou-se apenas o questionário. A partir da análise das respostas, conclui-se que os motivos geradores de indisciplina são difíceis de serem apontados. Porém, entre os alunos indisciplinados participantes da pesquisa, a maioria é proveniente de um meio onde a violência, tráfico de drogas e discussões são comuns. Outro dado curioso é que a maioria dos alunos indisciplinados tem o casal de pais como responsáveis, o que fragiliza a teoria de que os alunos indisciplinados são aqueles que convivem com a ausência de seus pais. Pelas respostas dos professores percebe-se que poucos têm conhecimento de referencial teórico eficaz em determinar as causas e as formas de lidar com a indisciplina.


Palavras-chave: indisciplina – ensino-aprendizagem – família – aluno – escola.

INTRODUÇÃO

É notável o aumento da indisciplina nas escolas das redes pública e privada e, junto a isso, o aumento das dificuldades de ensino, por parte da maioria dos educadores, e de aprendizagem, por parte da maioria dos alunos, que têm se confirmado com o baixo desempenho escolar. É senso comum, portanto, relacionar esses dois fatores em uma devida proporção.
O tema tratado neste trabalho tem estado consideravelmente em voga, pois é sensível a inquietação dos educadores em relação ao problema latente da indisciplina.
Nota-se a facilidade com que se tem associado o problema da indisciplina a algum prejuízo ao processo ensino-aprendizagem, no entanto, quando a educadores em geral questiona-se o conhecimento de bases teóricas e científicas de sustentação que, afirmem ou neguem tal associação, as respostas são, em geral, confusas, inseguras e insatisfatórias.
Também, como era de se esperar, são bastante rarefeitas as respostas provenientes da ciência, por parte dos professores, sobre teorias que apontem, com segurança, as causas da indisciplina nas escolas, logo, soluções comprovadas e satisfatórias a este respeito são completamente inconsistentes, não substanciais ou, quando muito, baseadas em experiências específicas, portanto ineficientes em termos de padrão.   
Este trabalho contempla leituras e reflexões sobre teorias que versam a respeito de possíveis causas desse fenômeno crescente da indisciplina escolar, e, suas conseqüências sobre o processo de se ensinar e aprender.
Também consta bastante relevante pesquisa de campo, realizada através de aplicação e análise de questionários aos professores, e aos alunos da 7ª Única e 8ª B, pertencentes à Escola Estadual ****** - por serem turmas com elevado índice de indisciplina, este confirmado em consenso entre os professores.
A pretensão é de oferecer um referencial teórico capaz de orientar os profissionais do ensino e incitá-los a busca, devidamente embasada, de outras considerações a respeito de tão intrigante questão.






CAPÍTULO I

RELAÇÃO FAMÍLIA X INDISCIPLINA ESCOLAR


Ao se ampliar o conceito comum de indisciplina, considerando-o como qualquer transgressão às regras, ou leis, pode-se entender que se está vivendo um momento indisciplinar bastante crítico em nossa sociedade, visto os crescentes casos de violência, corrupção e outros. Portanto, pode-se dizer que a banalização da indisciplina parece ser um fenômeno social urgente, logo, as pesquisas objetivando saber suas causas podem partir, em princípio, da análise de uma das instituições que mais está sofrendo com estas turbulências, que é a família.


(...) muitos fenômenos sociais podem ser compreendidos analisando as características da família. Muitas das reações individuais que determinam modelos de relacionamentos, também podem ser esclarecidas e explicadas, de acordo com a configuração familiar do sujeito e da sociedade da qual faz parte .


É notório que a instituição “família” tem sofrido consideráveis alterações em decorrência das novas e constantes exigências do que é senso comum entender-se como, tempos modernos.
Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, seletivo e exigente os pais têm que trabalhar mais e por mais tempo, em detrimento a isso, tem-se a educação dos filhos, que também sofre alterações importantes, pois, com a diminuição da presença paterna e materna o processo educativo, que começa na família, torna-se fragmentado e, conseqüentemente, enfraquecido e também se pode dizer, prejudicado.
É possível constatar, de maneira simples, que “crianças que não têm a presença contínua dos pais em suas vidas, geralmente, são agressivas e têm dificuldades em solucionar situações imprevistas, pois não há exemplos a serem seguidos ”.
Sabe-se que as instituições, escola e família, compartilham uma das missões mais importantes e necessárias aos adolescentes que é a “boa” educação e, conseqüentemente, a relação entre essas instituições não poderia deixar de ser de interdependência, em que uma deveria complementar a outra.
Porém, as conseqüências, das já mencionadas alterações que a família vem sofrendo, sobre a instituição escolar têm provocado inquietações e desconforto, e o que é ainda mais preocupante, uma notável e crescente queda na qualidade do ensino-aprendizagem.
Como esse processo não é novo, o sistema educacional há tempos já vem se antecipando e alterando os objetivos da educação, pois, enquanto a leitura que escola faz da realidade imediata de seus alunos aponta, claramente, para um ensino voltado para os vestibulares, concursos e, conseqüentemente, para uma qualificação visando o mercado de trabalho, os PCN’s dizem que “a formação do aluno deve visar à aquisição de conhecimentos básicos, à preparação científica e à capacidade para usar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação ”.
Em vista disso, é simples constatar que a intenção do Estado, como instituição de poder, parece não ser outra, senão, de que a escola amplie e diversifique suas funções educativas, mesmo atingindo obrigações educacionais primárias antes delegadas à família.
Não é difícil perceber que, atualmente, essa aparente intenção do Estado vem se concretizando, mesmo com uma óbvia conseqüência, a restrição do desenvolvimento do estudante e sua relação com o conhecimento a um patamar cada vez mais básico e panorâmico.     
A relação entre a família e a escola vem mudando gradativamente, visto que “a educação de casa não é mais a educação que prepara para as boas maneiras e para o bom relacionamento, já que as crianças não têm mais exemplos paternos a seguir ”. Logo, seria fácil inferir que, esta emergente situação apresenta-se como uma razão bastante pertinente sobre a questão do sensível agravamento da indisciplina nas escolas.
Sabe-se que, em geral, o processo de ensino tradicionalmente realizado no meio escolar, principalmente no sistema público, baseia-se em procedimentos básicos e elementares como, por exemplo: o professor em execução de sua mais simples tarefa didática – a aula expositiva – precisa que os alunos o escutem ou que, no mínimo, o respeitem realizando um conveniente e necessário silêncio. Porém, ao que parece a realização desses simples procedimentos atualmente, está cada vez mais intricada, pois, infelizmente nota-se a carência de um elemento básico, o respeito.
É senso comum que a noção de respeito, assim como outras virtudes e valores, é construída na mente dos indivíduos ao longo do tempo, iniciando-se com exemplos dos familiares no cotidiano, desde a primeira infância, e complementando-se com a ajuda da escola. No entanto, a notável fragilidade do atual organismo familiar parece estar ocasionando deficiências no processo natural de construção de noções essenciais como a do respeito que, certamente, preservaria a prerrogativa principal da educação perante o estudante, a oportunidade de se aprender, de se relacionar efetivamente com a construção do conhecimento.
Sem o respeito parece óbvio prever indisciplina, “(...) muitos problemas de indisciplina têm origem na questão do desrespeito. Com freqüência, a indisciplina é uma manifestação de poder não equacionada, que os alunos não irão argumentar, mas irão demonstrar, de alguma forma, que as coisas não vão bem ”.
Obviamente não se pode pensar uma noção de respeito descontextualizada e retrógrada, como a dos primórdios da educação proveniente das instituições militares e religiosas, pois, os tempos são outros. Mesmo sendo comum ao professor comparar a educação que recebeu aos moldes de seu tempo, seu contexto sócio-histórico produzira noções de respeito e de disciplina, entre outras, certamente diferentes das que a sociedade atual, como vimos, está produzindo, portanto é conveniente concordar com a idéia de Aquino (1996), em que se afirma que os docentes tendem a se pautar em uma herança pedagógica desatualizada.   
Apesar da urgência deste problema, o aumento da indisciplina escolar, nota-se que, em geral, as respostas - ou reações - dos docentes permanecem confusas, talvez por estes se sentirem desamparados de material teórico como pesquisas, artigos e etc, que lhes ofereçam alguma segurança na busca de alternativas para a solução do referido problema. Isso pode ser constatado, de maneira simples, na atitude da maioria dos educadores em se restringir às opiniões do senso comum sobre as causas da indisciplina e, ainda, de conformar-se com tais teorias, em geral, leigas, infecundas e despropositadas.

Precisamos admitir que a teoria crítica de currículo não tem dado muitas respostas às questões práticas dos(as) professores(as). Pelo menos, não da maneira como gostariam. A realidade com a qual se deparam é múltipla, complexa, e as teorias críticas, com suas crenças no ideal universalista, têm sido pouco úteis .

Neste sentido, uma análise panorâmica permite entender que, a busca pelas causas da indisciplina escolar pode correr o risco de ser banalizada, pois, recebe uma gama bastante variada de argumentos:

É comum também verem a indisciplina na sala de aula como reflexo da pobreza e da violência presente de um modo geral na sociedade e fomentada, de modo particular, nos meios de comunicação, especialmente a TV. (...)
Muitos atribuem a culpa pelo ‘comportamento indisciplinado’ do aluno à educação recebida na família, assim como à dissolução do modelo nuclear familiar (...) ou ainda à falta de interesse (ou possibilidade) dos pais em conhecer e acompanhar a vida escolar de seus filhos (...)
Outros parecem compreender que a manifestação de maior ou menor indisciplina no cotidiano escolar está relacionada aos traços de personalidade de cada um (...) .

Portanto, ao que parece, os professores em geral não costumam se valer dos métodos científicos de investigação para embasarem seus argumentos, logo, estes deixam transparecer suas fragilidades nutrindo, dessa forma, a confusão e a insegurança dos docentes.
     Contudo, seria bastante plausível compreender que:

Uma forma de avançar na compreensão das questões que envolvem a indisciplina na escola seria através do conhecimento sobre o que ocorre em toda a realidade escolar, ou seja, entendê-la no contexto das práticas que fazem o dia-a-dia das escolas. Isso porque a prática pedagógica é estruturada a partir dos quadros de referências ideológicos, morais e sociais de todos os envolvidos na dinâmica escolar: professores, diretores, alunos, pais, funcionários, etc. (...)
Assim, as práticas docentes estão estruturadas a partir deste cruzamento – o que significa, portanto, que as representações de escola que os professores interiorizam suas concepções de saber, poder e ensino, necessitariam ser analisadas quando se evocam as questões disciplinares compreendidas no conjunto das práticas cotidianas da escola.


1.1. Os culpados e as vítimas


A escola pública recebe constantemente, durante todo o ano letivo, alunos que trazem consigo todas as marcas do meio em que vivem. Considere-se como meio imediato, a família e, como meio mais amplo, a sociedade.
São identidades em formação, e tanto a família quanto a sociedade esperam e cobram uma contribuição efetiva da instituição escolar no desenvolvimento desse cidadão.
Obviamente a simples passagem desse aluno pela escola implicará alterações em sua formação pessoal e, certamente, aprimorar as requeridas habilidades docentes é objetivo de toda e qualquer instituição escolar que tem algum senso de responsabilidade.
Porém, como se sabe a atividade de se ensinar e aprender, assim como outras, pressupõe requisitos específicos como bom planejamento, estratégia eficiente e colaboração mútua, principalmente, entre o professor e o aluno. Naturalmente, tudo isso provém de disciplina.
Quando a sala de aula não consegue, por motivos diversos, apresentar qualquer dos requisitos mencionados, surge a tão impertinente indisciplina, que certamente prejudicará o sucesso do desenvolvimento do aluno.


A indisciplina ativa tem desencadeado uma verdadeira caça aos culpados. Culpa-se a escola, os professores, a sociedade, a família e os alunos. No entanto, a maior vítima é o aluno, considerado vítima de uma engrenagem maior (a sociedade) e de uma engrenagem menor (a escola) .


Inferir culpados ou vítimas em meio a essa tensão entre, o que a sociedade e a família esperam da escola e, o que esta requer do aluno para cumprir sua específica função, visto que a identidade desse aluno, certamente, sofre bastante influência da própria sociedade e da família, é tarefa que só poderia mesmo surgir pela explosão indisciplinar que, atualmente, tem perturbado as diretrizes escolares.


CAPÍTULO II

A SOCIEDADE ACEITA A DISCIPLINA QUE LHE CONVÉM


Segundo Silva (2004), é possível constatar, historicamente, que o conceito de disciplina é variável, pois, não é raro se ouvir dizer, principalmente das pessoas mais velhas, que antigamente o regime educacional impunha sua disciplina em forma de castigos corporais, como a palmatória.
Atitudes que naturalmente, no decorrer do tempo, foram tidas como humilhantes, desumanas, conforme as mudanças estruturais da sociedade. Dessa forma, pode-se dizer que a sociedade aceita a disciplina que lhe é conveniente,


Essas condições humilhantes de disciplina na educação seguiram até meados do século XVIII, com base num regime devidamente aceito pela sociedade, até que a própria sociedade mostrou sua repugnância pelo regime disciplinador   (SILVA, 2004, p.9).


Sendo assim, o conceito de disciplina deve ser construído, e só pode surtir efeito, com o apoio da sociedade. Mas, como é simples perceber, a atual conjectura social apresenta-se confusa no tocante à definição do que seja disciplina, pois parece haver uma considerável preocupação a respeito do que é politicamente correto fazer para se disciplinar os filhos ou os alunos.
Isso, talvez se deva, às diversas discussões e opiniões veiculadas nos principais meios de comunicação, porém, o importante é que as instituições que necessitam de uma disciplina e, obviamente, precisam ensinar essa disciplina para realizarem seus propósitos, ficam no meio dessa polêmica de conceitos flutuantes e variáveis.
Logo, quando se observa os conceitos de disciplina tomados de dicionários contemporâneos como os aqui citados, convenientemente,

“Disciplina: 1. conjunto de prescrições destinadas a manter a boa ordem em qualquer organização. (...) ” (KURY, 2001, p.256).

“Disciplina: 1. Comportamento metódico segundo os princípios da ordem e da obediência. ” (CEGALLA, 2005, p. 313).
“Disciplina: 1. Regime de ordem imposta ou mesmo consentida. 2. Ordem que convém ao bom funcionamento de uma organização. ” (FERREIRA, 2005, p. 322).

“Disciplina: 2. (...) ordem requerida para o bom funcionamento de uma organização. ” (LUFT, 2005, p. 291).

A análise simples do exposto confere-nos uma presente necessidade de ordem, ou seja, a disciplina parece ter se tornado essa simples necessidade de ordenação que pode ser de idéias, coisas ou seres, perante o perigoso e constante assédio de um suposto caos.
Não é difícil inferir o porquê, pois é bastante nítido que atualmente tudo é global, as proporções são enormes: muita gente, muitos veículos, um mercado de trabalho robusto, porém, muito mais exigente. Somam-se as mudanças, que estão acontecendo com uma velocidade cada vez mais assustadora, que recaem sobre tudo isso, e muito mais, tem-se um cenário onde urge a ordem, ou, a disciplina.
Mas, parece que as instituições escolares estão tendo muita dificuldade de acompanhar tanto a demanda cada vez maior de sua clientela, como também, as muitas e rápidas transformações sociais. O resultado são escolas com salas superlotadas e, como é lógico, clamando desesperadamente por ordem, ou o que aqui se convém entender como disciplina, pois como se mostrou, ela é a ordem necessária ao bom funcionamento de qualquer organização.


2.1. O processo ensino-aprendizagem e a disciplina


O processo ensino-aprendizagem, de forma consensual, é sempre cuidadosamente elevado à base fundamental de toda e qualquer instituição que objetive o ensinar e o aprender.
Porém, com a elevação da indisciplina, que comunga a deficiência de elementos como interesse, atenção, boa vontade, estímulo e outros, não é difícil constatar a sensível fragilidade deste tão valioso processo em que, entre outras coisas, é inerente a harmonia dos mencionados elementos, para sua plena realização.
Este processo, como é comum de se ouvir no meio educacional, realiza-se numa constante dialética, em que é certo ensinar aprendendo. Sem dúvida que, pensando-se de forma ideal e como querem os PCNs, ao educador cabe planejar sua aula levando-se em consideração o conhecimento prévio do aluno. Desta forma, a didática vai sendo construída com os saberes discente e docente em situação de cumplicidade em que a opinião do aluno passa a ser fundamental. Para isso, é preciso uma educação que desperte o senso de participação do estudante.
A disciplina, quando entendida como uma realização de acontecimentos concatenados, torna-se essencial ao processo em questão, visto que aos próprios alunos é necessária uma ordenação de idéias, comportamentos e atitudes. A simples ação de questionar faz com que o aluno também realize, neste momento, um papel disciplinar, pois, dessa forma, ele confirma o interesse pelo saber e se torna um exemplo a ser seguido.
Portanto, uma sala de aula com muita conversa pode não significar, necessariamente, a presença da tão impertinente indisciplina, mas, ao contrário, pode sim estar acontecendo a vitória da disciplina que, sem dúvida, é condição primeira para o êxito do processo ensino-aprendizagem e, certamente, é o sonho de todo educador.
Depois da análise de diversas teorias sobre as causas da indisciplina escolar é necessário comprová-las através do empirismo. No próximo capítulo, serão apresentados os dados da pesquisa de campo feita através de questionários aplicados a professores e alunos, entrevista aos alunos e respectiva análise, objetivando inferências importantes para conclusão deste trabalho.


CAPÍTULO II

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS


CONCLUSÃO

Definitivamente não é tarefa fácil inferir as causas da indisciplina, pois, como foi mostrado, há muitas relações a serem consideradas.
A principal delas, certamente, é entre as instituições família, escola e sociedade que lidam diretamente com os protagonistas desta inquietante questão, os alunos. São elementos intimamente ligados, em que quando a conseqüência é a indisciplina obviamente que um, ou todos estes elementos estão em grave desarmonia.
Parece fácil, talvez para o senso comum, partir diretamente para a busca de culpados e vítimas da indisciplina, porém, uma reflexão devidamente embasada em teoria científica, esclarece que, determinar estes papeis requer muita seriedade, dedicação e esforço, pois há uma tensão a se considerar.
Há fortes e diferentes interesses da sociedade em relação à escola, da família em relação, novamente, à escola e desta em relação ao estudante. E ainda com alguns agravantes, entre eles, as sérias deficiências de cada uma dessas instituições.
As mudanças históricas inerentes à sociedade, em geral, deflagram necessariamente a busca de organização, ou de ordenação, conforme o exposto. Parece mais acertado inferir que, a sociedade, a seu tempo, aceita a disciplina que lhe convém e que lhe urge.
A pesquisa de campo apresentou dados muito importantes. Entre eles, proveniente do questionário aos alunos, um fato mostrou-se inexorável, a convivência em meio à problemas como violência, tráfico de drogas e discussões, culmina em indisciplina.
A maioria das respostas dos professores manteve-se coerente com o esperado. Serviram para confirmar que a indisciplina, indubitavelmente, prejudica bastante o processo ensino-aprendizagem, que a maioria dos educadores não se baseia em referencial teórico científico na dedução das causas da indisciplina.
Enfim, um dado igualmente muito importante, permitiu concluir-se que o problema da indisciplina pode não estar diretamente ligado a questão da desestruturação do núcleo familiar, pois, a pesquisa revelou que a maioria dos alunos indisciplinados vive com o pai e com a mãe.





BIBLIOGRAFIA


AQUINO, Julio Groppa (org.). Indisciplina na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

CANDAU, Vera Maria (org.). Cultura(s) e educação: Entre o crítico e o pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

KURY, Adriano da Gama. Mini-dicionário Gama Kury da Língua Portuguesa. São Paulo: FTP, 2001.

MENEZES, Marilene Martins da Costa de. A indisciplina dos alunos em sala de aula, nas séries iniciais do ensino fundamental. Viçosa (MG): EVATA, 2003, 43p. (Monografia Pós-Graduação lato sensu em Psicopedagogia).

OLIVIER, Jean-Claude. Das brigas aos jogos com regras: enfrentando a indisciplina na escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ensino médio / Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnologia – Brasília: Ministério da Educação, 1999. 364p.: il.: fotos; 27 cm.

PEREIRA, Cíntya Alessandra Miranda. Dificuldades de aprendizagem na adolescência. Viçosa (MG): EVATA, 2006, 25 p. (Monografia Pós-Graduação lato sensu em Psicopedagogia).

SANTOS, Maria de Lourdes. Indisciplina no contesto escolar. Governador Valadares (MG): FACE/UNIVALE, 2004, 30 p. (Monografia Pós-Graduação lato sensu em Normal Superior)

SILVA, Geralda Margarida Ribeiro Silva. (In) Disciplina: percepções da indisciplina e o lidar com ela no cotidiano escolar. Governador Valadares (MG): FACE/UNIVALE, 2004, 32 p. (Monografia Graduação em Normal Superior).




Biografia:
Elias Martins. 44 anos. Natural de Teófilo Otoni- MG. Graduado em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto - MG (UFOP). Pós-graduado em Ensino, Língua Portuguesa e Literatura pela Universidade Vale do Rio Doce. Professor da rede estadual. Professor de Linguística em faculdade particular.

Este texto é administrado por: ELIAS MARTINS
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