O sol de sábado entrelaçava as folhas da mangueira iluminando seu saudoso semblante.
Pensei que era rico, Tinha pilão de paçoca, o forno de lenha, os bichos cantando, ciscando, correndo, alegrando e enchendo o terreiro de paz.
Óo senhor! se eu soubesse que o sol de sábado não seria o mesmo sem Ti, daria-te o dobro de abraço.
Óo senhor! se soubesse que o nó da gravata seria o último, não tinha desfaço.
Ocê sabia que a sabiá que cantava na grota apareceu de saudade; quebrando o silêncio querendo bondosa nos algerar?
Êee sabiá! Que cantou um hino bonito em "dó
Maior e chorou de saudade quando deu a hora d'ocê ir pra lá.
Difícil é imaginar, que o mesmo tempo que traz o sol e o sábado, de tanto passar insiste mansinho em tudo levar.
É sábado hoje, a mangueira cansou, a sabiá se mudou, e ocê não está.
Eu era rico mesmo! E é tanta esperança de o tempo passar, nos faça um dia nos reencontrar, o sol e o sábado, a sabiá e a mangueira, ocê eu, num outro lugar...
|