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TEATRO SEM PLATEIA
Luis David

Vamos prosseguir? Por aqui andamos entre as ruas vazias do meu coração. E tudo é escuro e denso, as moitas te cobrem para eu nunca te ver, o seu refúgio e tua prisão, estou aqui diante de te a 28 passos da morte certa. A morte que se espreita em teu olhar, como um belo beija-flor colhendo seu doce néctar. Estou aqui se desfazendo de mim e de te.
Você me olha com olhares vazios e diz:
-Todas as cores se destoam diante de ti.
Bem meu bem, estamos destoando toda realidade ao nosso redor, o caos diante de te e de mim, o que fazemos, e que faremos, fará sentido para o inabalável pois ele é sempre algo inevitável.
Confuso ele diz:
- Se girarmos ao contrário desse ciclo, podemos reverter tudo.
O passado se faz presente junto da gente, mas é apenas o esquecimento de algo recorrente. Não podemos olhar para o passado enquanto andamos para frente. Você poderia ir se fazer presente no passado, mas prefiro ficar aqui sozinha enquanto vivo o presente.
Amor meu precioso amor, seu esmalte não pode ser mais negro que sua alma. Estou tonta pois suas palavras me abalam, se queimam em meu corpo, e eu me junto, junto ao fogo. Posso desmaiar e trazer sonhos para ti, os meus! Os seus sonhos não se encaixam mais, onde antes se encaixavam perfeitamente.
A cartada final, uma pitada de açúcar e um pouco de sal, eu lhe julguei. Nossas mudanças vem sem aviso prévio meu nobre pecador, a culpa não é apenas sua, a minha versão antiga ficou com você e eu deixei você cair em uma mentira fajuta, mentir sem pensar, como um bom político faz. O que você quer eu não tenho, e o que eu tenho não é o bastante para você.
Ele olha para o porta retrato que a bem trás de mim, uma foto tirada a dois anos atrás de nós dois, e em segundos ele me olha tentando me comparar com aquela garota da foto. Com lagrimas em seu olha ele diz:
- Eu te via, hoje já não te vejo mais, você sempre se transparece diante de mim. Está sempre aqui mas vejo e sinto que está longe, você esteve como um pássaro preso em uma gaiola aberta com medo de ir embora, e deixar o seu dono triste. Vá apenas vá, eu não lhe acorrentei a mim, você fez isso a si mesma!
Eu poderia saltar da janela e me deparar com o chão frio, a chuva que cai lá fora não é maior do que aqui está preste a cair dentro de mim. Eu te pedi para me invadir, você não me negou. Quando te conheci fui correndo até a igreja e me confessei “padre eu pequei, como uma garota inocente, estou inebriada por um velho pecador, que ama contar verdades ocultas para garotas mal criadas". Nós dois se víamos, em meio a luz que lhe cegava pois a escuridão te ajudava. E em meio aos seus suspiros eu aprendi a respirar.
É cômico e melancólico, como uma peça sem plateia, estávamos apenas atuando, e não fomos convincentes o bastante para receber aplausos vazios. Com um último olhar ele me diz:
- Estava tudo aí, se eu te olhasse não te via. Sem seu brilho eu não vivia, eu pertenço ao meu passado, o nosso ciclo precisa ser apenas quebrado, adeus!
FIM

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