Se retorcia e gritava abafado
Enquanto era, por nós, tranformado
Num ser horrendo, triste e desolado
Onde a esperança jamais havia vingado.
Nada havia do que fazer agora,
Enquanto a esperança ia embora
A cada século, ano e hora
E a maldade aumentava como mora.
Havia ele uma adolescência pela frente,
Esperançosa, promissora e contente,
Mas a devastadora ambição do presente
Matou, à prénatal, este futuro ente.
Num piscar de olhos era apenas uma história,
Um mito, de natureza satisfatória,
Feito para manter intacta nossa glória
E a ilusão de nossa ética contraditória.
Quando não podia-se mais negar os fatos,
Criavam porfecias, contos e relatos
De como não éramos nós a tê-lo afetado,
Apenas para prolongar seus horríveis atos.
(inacabado)
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