Eu ainda lembro;
Ainda lembro como se fosse ontem;
Eu ainda lembro porque tudo que vale a pena, se transforma em quem nós somos e o outro passa a morar em nós;
Seja singelo, seja terno, torna-se eterno;
Eu ainda bem me lembro, como você se expressava sobre o que gostava, com atenção eu prestava e a pulsão gritava era em mim, queria, queria, ser descarregada, enfim aliviada; num ato de poder, por ventura, te proporcionar o teu prazer;
Eu ainda lembro, do teu prazer em sentir carinho em teus cabelos, passando a ponta dos dedos, da frente até a nuca;
Eu ainda lembro do teu peito como zona erógena, tu me mostrava como ficar satisfeito, e eu queria satisfazê-lo, era só um carinho que tu queria ali;
Lembro-me da tua autenticidade tão marcante, gostos peculiares, ia de Pavarotti a Engenheiros e aqueles livros? De da Vince ao símbolo perdido... Pra mim? Você recomendava o pálido ponto azul;
Tudo me encantava, nutria uma tal afeição, pois são nas pequenas minúcias, prestando atenção no sentimento, que a gente nem percebe e já construiu o tal do Amor;
Eu lembro dos detalhes e sabe por quê? Porque eles foram importantes, cada palavra, gesto, gosto ou vontade, não de forma proposital mas acho que o amor tem dessas coisas, mapeia até a alma...
Eu não sinto mas tenho na memória o teu cheiro, a sensação e aroma do teu perfume, do teu toque... e principalmente, do teu beijo
Ahh.... Aquele beijo! Foi coisa de outro mundo, deste é que não pode ser, pois, nunca vi nada igual, nem no descrever; e a gente viveu!
Não creio que existam almas gêmeas, a outra metade, essas baboseiras todas, tudo estupidez dos ideais humanos mas em todo caso, a sensação de plenitude e prazer daqueles poucos momentos, trouxe consigo um sentir de completude existencial, que não há como negar, nem se quer negar, dizem que relembrar é viver, manter guardado na memória, assim prefiro;
Mas a vida pode ser ou parecer tão injusta as vezes, não é mesmo? Não permitindo que coisas tão belas possam ser vividas, relacionadas e expandidas neste espaço tempo, permitindo a propagação de um sentimento tão puro e genuíno.
Mas quem sabe a vida sabe o que faz? Quem sabe um bom Deus já traçou as caminhadas de seus filhos e seus intercursos para então, estarem no lugar certo, na hora certa, de forma a permitir, que aquele amor tenha a maturação necessária para que nunca mais se desfaça. É uma possibilidade louca, né? Mas como proferiu o saudoso Mandela "Tudo é considerado impossível, até acontecer."
Que venha, nos acompanhe e prevaleça a loucura, porque este mundo sem ela já não me encanta, tão pouco interessa. Então, vem pra mim, vem encontrar aconchego, vem aos meus braços, deixa eu te cuidar e por ti ser cuidada, vem pra mim que eu te dou, o meu sim!
|