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O "mito" e a banalidade do mal
Eduarda Lima

Eu gosto muito de aprender, e o que mais me dá prazer de estudar é História. Entender muitos dos momentos, pensamentos, movimentos artísticos e guerras que marcam a história do mundo e do Brasil. Por algum tempo, me angustiava estudar a história e pensar que coisas tão significantes (fossem elas boas ou ruins) houvessem acontecido todas há muito tempo, e durante o período em que vivo nada de muito importante acontecesse. Bom, parei completamente de pensar assim a partir de 2015, com o golpe que tirou nossa presidenta Dilma Rousseff da presidência.
Desde então, tenho a impressão de que estamos vivendo em um momento extremamente importante, que certamente marcará a nossa história. Aquele golpe foi o recuo que o mar dá para avisar-nos que é só uma questão de tempo até o tsunami vir à tona. O problema é que a catástrofe está cada vez mais visível, e o primeiro turno das eleições no dia 07/10/2018 só confirmou o que já era previsto. No nosso país, o presidenciável com maior apoio e com mais chances de se tornar o próximo presidente é uma pessoa que consegue englobar tudo de péssimo que pode haver em um ser humano. A propagação do ódio à população LGBTQI+, à população negra, indígena, às mulheres e demais minorias. O machismo, que prega que as mulheres devem receber menos que os homens. A Incitação à violência, à tortura, à morte.
Ao refletir sobre os motivos pelos quais uma pessoa dessas esteja sendo tão adorada pelo Brasil inteiro, chego à mesma conclusão que chegou a filósofa Hannah Arendt ao refletir sobre os crimes ocorridos na Alemanha nazista: a banalidade do mal. As pessoas estão tão cegas e alienadas que todas as atrocidades que este homem vocifera não lhes causa a menor repulsa ou incômodo. Odiar gays? Qual o problema? Ele vai salvar o Brasil! Odiar negros? Isso não é nada, pelo menos ele vai salvar o Brasil! Ele e seu público propagam Fake News? Qual o problema? Foi assim que o Trump conseguiu vencer as eleições dos EUA!
Me entristece profundamente perceber que o Brasil jamais havia mostrando tanto a sua cara quanto vem mostrando nessas eleições, e me entristece ver o quão misógina, homofóbica e racista ela é. Dizem que é preciso estudar História para que se aprenda sobre nossos erros e jamais eles se repitam. Bom, não é à toa que a educação seja tão precária no Brasil. O mundo vivenciou o terror de Auschwitz na década de 40; o Brasil, a Ditadura Militar, de 1964 a 1985. Hoje, 2018, nunca estivemos tão perto de mais uma vez vivenciarmos o terror de um governo autoritário e assassino. E quem fará isso é chamado de “mito”.


Biografia:
Eduarda Lima, 22 anos. Estudante de Letras na Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Escreve crônicas, poemas e diários desde a infância.
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