Um dia nublado, peguei meu guarda chuva, pois pensará que ia chover, e parti rumo ao lugar onde a tristeza é a anfitriã. Em frente ao portão vi algumas formas que pareciam ser anjos encrustadas na parede do local, porem não dei muita atenção.
Naquele dia eu comemorava, ou não, a morte do meu filho, quatro anos somente, câncer. Mais mesmo depois de um ano não consegui quebrar o sentimento de vazio, da falta dada por ele.
- Filho volta pra mim - exclamei ajoelhada perante a sua cova, simples e humilde, pois era o que eu consegui pagar.
A lagrima que escorria, a mesma lagrima que dançou na pele da minha bochecha no dia que recebi a notícia que estava grávida. A ironia de tudo é que sou velha, tenho menos tempo de vida, mais mesmo assim a morte não me escolheu.
Talvez, em algum lugar dentro de mim, esperava seriamente que ELE, sim meu filho, levantasse do solo, e pegasse minha mão, uma ultima vez. Mais isso não aconteceu. Partiram-se os anos, um após o outro, cada um que passava sugava meu animo, minha vida.
Me deito na cama, durmo profundamente, e quando acordo sinto o toque do meu filho, sim aquele menino banguela, sorridente, olho para ele e exclamo:
-Impossível !!!
Mais a questão é que se passara tanto tempo que até mesmo eu fui procurada pela morte, e tomamos um café juntas, então a grande sabia, me colocou pra dormir, o ultimo sono.
Abraços de alguém que já se foi <3
|