Estava aqui, com minhas chateações,
à beira dos nervos, quando, intuitivamente,
fui para a área de serviço de meu apartamento.
Era noite, tudo quase escuro, só a luz do vizinho
que batia e fazia penumbra que me transmitia calma.
Resolvi acender um cigarro e
viajar naquela cena.
Será que é assim que chegamos e partimos deste mundo,
ou seja, com a suavidade desta luz?!
Como é bom ficar neste cantinho!
Talvez seja por isso que algumas empregadas
fazem o seu trabalho com tanto capricho e cantando.
Aqui se tem paz, vive se isolado de chateações do cotidiano.
Somos só eu, o cigarro e a luz!
Pensa se na vida de modo mais suave e que tudo é passageiro.
Viajo dependendo da luz do outro
e aprendo que tudo está interligado neste mundo.
...Dificuldades para perdoar?! Tenho e muito!
Mas, também, esqueço em um segundo e
nem lembro mais o que tenho que perdoar ou
se tenho que perdoar.
...E assim vem novos episódios com as mesmas pessoas ou até com outras.
Sou mais sentimento que razão, o que talvez seja até um erro.
Espero que o final da minha vida tenha essa luz,
assim, como a do vizinho, a qual se apagou
no mesmo instante que o cigarro acabou.
....E mais uma ideia surgiu!
|