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Um sujeito bem aparentado de óculos escuro, relógio, pulseira e cordão de ouro, camisa e calça social, entrou num taxi, e pediu que o levasse a uma sauna. Chegando ao local, falou ao motorista que o esperasse, dizendo não demorar.
Após meia hora ele apareceu com um sorriso de orelha a orelha. O taxista perguntou se a festa foi boa. Ele balançou a cabeça negativamente, dizendo que não rolou nada com mulheres.
- Ué! Então foi com Homens, isso é sauna de gay? - perguntou o taxista.
- Está maluco? Eu gosto é de molhar o biscoito, e não queimar rosca...
O cara era bastante brincalhão. E perguntou ao motorista se ele gostava da fruta ou se ele era a própria fruta?
Ele disse que gostava da fruta.
- Então vou te dar uma banana. - Falou sorrindo.
Ele meio sem graça, ainda tentou retrucar, mas o melhor mesmo era ficar calado.
- Eu lhe fiz aquela pergunta, porque você foi num lugar daqueles, demorou meia hora. E não pegou nenhuma mulher? - disse o taxista.
- Mulheres eu tenho aos montes, é só estalar os dedos, não preciso ir naquele lugar para pegá-las...
- Convencido esse cara, hein! - falou baixinho o taxista.
- Bem, é melhor mudarmos de assunto. Mas pra onde vamos agora? - perguntou.
- Toca para zona sul...
Chegando ao local destinado, o malandro falou:
- Espera! Vou naquele bingo, ali.
O motorista falou que bingo agora era proibido, e aquele era clandestino.
- Você parece meu pai, me dando conselhos. - disse ele.
O tempo passou, e nada do cara voltar. O coitado do taxista já estava até dormindo, afinal tinham se passado quase duas horas, quando levou uma tapa na cabeça. Era o esperto.
- Você é abusado, hein! - Disse o taxista sonolento.
Mas, dessa vez, ele estava com a cara fechada, aí o motorista perguntou:
- O que houve, perdeu tudo, é?
- Toca em frente piloto, e para de fazer pergunta besta. - disse ele.
Voltaram para zona norte, ele pediu que parasse em frente a um prédio rosa, então o piloto perguntou, se iria demorar dessa vez.
- Acho que não, mas, e se demorar, o taxímetro não está ligado? - disse o malcriado.
O motorista já estava ficando preocupado, afinal, se ele tivesse perdido o dinheiro todo no bingo, como ia lhe pagar? Eles já estavam juntos umas quatro horas.
Levou bem uns vinte minutos, de repente, veio ele correndo.
- Anda, anda! Sai fora daqui!
- O que houve? Por q...
Paaaa!!! Craft!!!
Jogaram um vaso de plantas em cima do capo do carro.
O taxista saiu cantando pneu sem saber direito o que havia acontecido, mas também estava muito revoltado, e perguntou-lhe:
- Quero saber quem vai pagar meu prejuízo?
O cara esbaforido de tanto correr, só dizia:
- Eu pago, eu pago...
Ele pegou o celular e fazia várias ligações sem sucesso.
- Merda, de celular! Quanto a gente mais precisa, ele não funciona...
O motorista perguntou a ele se queria usar o seu, ele disse que não precisava por que já estavam chegando.
Entraram em um estacionamento, o cara saiu do carro meio tenso e entrou em um galpão, logo aconteceram uns gritos, parecia discussão, quando, de repente vem o cara correndo de novo.
- "Pelamordedeus" corre, sai fora daqui!
Pôu, Pôu, Pôu...
- O que é isso, são tiros? - perguntou o motorista ao mesmo tempo em que arrancava com o carro.
- Depois eu te explico. - disse ele.
- Parei contigo, não vou mais a lugar nenhum. Faz favor de me pagar. - disse o taxista.
- Acelera! Isso ai! O cara está vindo atrás. Depois a gente conversa.
- Porra! Você só arruma encrenca, hein!?
Ele correu que nem um louco, ainda mais depois que ele disse aquilo, mas olhava pelo retrovisor e não via ninguém.
Esse cara está mais nervoso que eu. Pensou o motorista.
- Sabe o que eu acho? Você está muito assustado, não tem carro nenhum ai atrás.
- Não para, não! Ele vai me matar. - Falou ele com muito medo.
- Olha! Se vira por aí, e me paga logo, que eu vou embora. - disse o taxista, diminuindo a velocidade.
O falastrão estava se borrando de medo, e pelo visto também não tinha dinheiro.
- Vamos pra zona sul, que vou ao meu banco pegar o dinheiro, fica ao lado daquele Bingo...
- Cara! Você é maior 171, isso sim. Tu vais é querer entrar naquele bingo de novo. Nós vamos é para delegacia. - falou o taxista
O taxista se deu bem, chegou à sua casa de óculos escuro, relógio, pulseira e cordão de ouro.
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