Desafiar a noite,
o frio a fome,
adormecer sob papelões,
e efeito do álcool
nada se comemora,
a não ser a decadência,
e a prematura morte.
O Estado me evita,
riscado da constituição,
sou ninguém,
zero a esquerda,
tua piedade não me comove,
tua esmola é o que me move,
tua moeda jogada para se livrar de mim,
sustenta o meu vicio,
até que a morte nos separe,
preciso dessa esmola para sobreviver.
Tenho alguma outra opção?
nenhuma...
Tens alguma outra sugestão?
nenhuma...
você ignora o meu nome,
não olha nos meus olhos,
sujo, fétido e maltrapilho,
te causo repugnância,
sou o invisível social,
as portas estão fechadas.
Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
benemorais11@yahoo.com.br
|