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O PINGUÇO
HISTÓRIA DE TAXISTA 02
Britinho

Resumo:
O cara entrou bêbado no taxi e só fez besteira...

Ao pegar um sujeito, aparentando ter uns trinta anos, fiquei logo arrependido, pois o cara estava com um bafo de cana danado.
Pediu-me que fosse ao bairro de Madureira, e que não precisava ter pressa.
Andei alguns quilômetros e escutei um barulho estranho. Olhei para ao lado, vi que o homem estava dormindo e roncando!
Se eu fosse outro, poderia ter dado um monte de voltas para que o taxímetro marcasse mais. O dorminhoco nem notaria.
Meio sem graça resolvi chamá-lo:
- Amigo! Desculpe acordá-lo, mas o senhor esqueceu de me dizer o nome da rua.
- Há! Me leve para uma sauna em Madureira, mas antes pára naquele bar ali. - Disse ele, sonolento.
Do carro eu vi, ele tomou uma pinga, e ainda veio bebendo uma cerveja em lata.
- Toca, aí! Piloto!
- O senhor faz favor de tomar cuidado para não entornar cerveja no banco. Está bem?
Acabei de falar, e o Pé de Cana entornou tudo em seu colo, molhando o banco também.
- Olha, aí! Acabei de falar e o senhor entornou tudo. Dormiu de novo?
- Não faz mal, ainda tenho dez reais e dá para comprar quatro latinhas, a calça seca rapidinho.
- Faz mal sim! O senhor molhou o banco, vai ficar cheirando a cerveja! Além do mais que história é essa de só ter dez reais.
O taxímetro já estava marcando vinte reais e o malandro falando que tinha dez, ele se entregou.
- Não esquenta, não! No final vai dar tudo certo. Disse o safado.
- Acho melhor dar tudo certo mesmo, hein!? Por que o senhor não vai para casa? Assim vai poder dormir em sua cama.
Em casa poderia ser que tivesse o dinheiro da corrida, ou então, eu cobraria de algum parente.
- Ir pra casa!? Você está maluco? Minha mulher me botou pra fora e não quer me ver nem pintado.
- Imagino o que o senhor não aprontou, né!?
Eu estava pressentindo que vinha confusão pela frente.
- Olha aqui! Eu não conheço nenhuma sauna em Madureira. Só quero saber como será o pagamento dessa corrida?
- No final dessa rua aqui tem uma sauna. Fica tranqüilo, taxista!
Chegando ao final daquela rua, não havia sauna nenhuma, quando ia perguntar a ele, olhei para ao lado e ele estava dormindo novamente.
Resolvi ir para um lugar mais movimentado, estava pensando até em procurar uma viatura policial e dizer que aquele cidadão estava sem dinheiro para pagar a corrida. Foi quando ele acordou meio estranho, estava pálido, engolindo a seco, e disse:
- Pára, pára! Que estou com vontade de vomitar!
Dei uma freada brusca! O pinguço acertou a cabeça no pára-brisa, saiu golfando com a mão na boca, sujando um pouco o carro, foi o tempo certo. Eu como não posso ver e nem sentir cheiro de vômito, saí correndo dali. Tive de ir embora, por que, com o banco molhado de cerveja, e o estômago embrulhado, ficou impossível trabalhar.
Foi quando me dei conta:
- Ih, caramba! Esqueci de cobrar os dez reais!!




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